Brasília (DF) – O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira (21) que a perda de confiança na economia brasileira foi provocada por “políticas econômicas percebidas como insustentáveis”, em referência à má administração do governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Apesar de não citar a gestão petista, o economista ressaltou que o problema foi que as medidas que deveriam ser anticíclicas acabaram se revelando muito intervencionistas na economia do país, levando o Brasil à crise.
De acordo com o jornal O Globo desta terça (22), Goldfajn afirmou que “essas políticas não eram sustentáveis”, levando à queda da confiança. Na avaliação dele, as novas propostas do governo federal sobre o teto dos gastos públicos e a reforma da Previdência são necessárias para pôr em ordem as contas públicas.
“Políticas econômicas percebidas como insustentáveis minam a confiança. Sem ela, as famílias ficam mais cautelosas no consumo e os empresários adiam investimentos. Foi dessa maneira que o ciclo vicioso da perda de confiança se instalou. Tenho convicção que a percepção de risco econômico mudará para melhor. Revigorar o tripé econômico (câmbio flutuante, responsabilidade fiscal e meta de inflação) é imperativo”, afirmou.
Segundo a reportagem, a declaração foi enviada em formato de vídeo exibido num seminário sobre reavaliação de risco-Brasil, organizado em parceria entre a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e o jornal Valor Econômico.
No vídeo, o economista destacou a recuperação da confiança já em curso e apontou a desaceleração da inflação como uma das razões importantes para esse movimento. “Inflação baixa e estável é condição para a confiança, diminui incertezas e riscos. Confiantes, empresários aumentam o investimento e consumidores aumentam o consumo”, explicou.
Goldfjan também reiterou a importância da redução da meta da inflação para 4,5% após 2018 e ressaltou que o Banco Central é parte da solução para o crescimento. “A política monetária tem sido efetiva. No fim de 2015, a inflação estava em quase 11%. Agora, perto de 7% para 2016, uma queda de quatro pontos percentuais em um ano. Para 2017, está abaixo de 5%. Para 2018, já se encontra em 4,5%”, concluiu.
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