Investigações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) indicam que 18 ministros dos governos dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e Dilma Rousseff (2011-2016) estão envolvidos em esquemas de corrupção que movimentaram cerca de R$ 1,25 bilhão. O número foi revelado por meio de um levantamento feito pelo jornal Estado de S. Paulo no STF e divulgado na edição deste domingo (16).
Segundo a pesquisa, os desvios de recursos aconteceram nas gestões petistas e os investigados teriam utilizado as prerrogativas dos cargos para manter os atos criminosos. Do total, quatro ministros pertenciam ao governo Lula, 10 no período Dilma e outros quatro são comuns aos dois governos. Esses números podem aumentar com as próximas etapas da Operação Lava Jato e é possível a revelação de mais envolvidos no esquema de corrupção na Petrobras.
A lista dos ministros citados no inquérito do STF durante o governo Dilma pode ser dividia em três: os que são suspeitos de administrar recursos de maneira ilícita, os investigados por tentar obstruir a Justiça e os que podem ter sido beneficiados em esquemas de corrupção fora do governo. Estão sendo investigados Antonio Palocci (Casa Civil/ PT), Alfredo Nascimento (Transportes/PR), Edison Lobão (Minas e Energia/PMDB), Mario Negromonte (Cidades/PP) e Erenice Guerra (Casa Civil/PT).
Os investigados da época do governo Lula englobam ministros envolvidos no escândalo dos Bingos, mensalão e Operação Lava Jato. Segundo levantamento do jornal, o único condenado político até agora foi o petista José Dirceu, titular da Casa Civil à época do primeiro mandato de Lula. Ele cumpre pena de 7 anos e 11 meses de prisão por envolvimento no esquema do mensalão e foi também foi condenado a 20 anos e 10 meses de detenção no âmbito da Lava Jato.
Os ex-ministros Alfredo Nascimento (Transportes) e Paulo Bernardo (Planejamento) também entram na lista dos investigados durante o governo Lula. Nascimento responde a inquéritos que apuram irregularidades na contratação de empresas fantasmas e liberação ilegal de recursos. Bernardo é réu acusado de pedir R$ 1 milhão à Petrobrás para financiar a campanha da mulher, a ex-ministra de Dilma Gleisi Hoffmann, ao Senado. O peemedebista Edison Lobão (Minas e Energia), o petista Jaques Wagner (Secretaria de Relações Institucionais e Trabalho e Emprego), Guido Mantega (Fazenda) e Silas Rondeau (Minas e Energia) também integram a lista.
Além dos ministros, a dupla de ex-presidentes Lula e Dilma também aparecem em investigações. Lula é réu em três ações penais abertas nos últimos dois meses e acusado de organização criminosa, corrupção, lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça. Dilma também é investigada por tentar atrapalhar a Lava Jato ao nomear Lula para a Casa Civil para garantir-lhe o direito ao foro privilegiado.