Opinião

“Nunca antes na História se demitiu tanto”, análise do ITV

140926-mercado-trabalho-desemprego (1)Saiu na semana passada o retrato definitivo do emprego formal no país no último ano completo de governo petista. Os resultados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) confirmam a deterioração inédita que o modelo econômico petista promoveu no mercado de trabalho brasileiro. É mais um “nunca antes na história” para a coleção dos companheiros.

Segundo a mais recente edição da Rais, o número de postos de trabalho com carteira assinada no país caiu 3% no ano passado. Isso significa que exatos 1.510.703 empregos foram pulverizados pela crise-monstro patrocinada pelos petistas – estes mesmos que hoje pedem voto pelo Brasil afora como se não tivessem nadinha a ver com a recessão que os governos Lula e Dilma semearam e adubaram…

Foi o pior resultado nos 24 anos desde que a Rais é realizada – a divulgação é anual e o levantamento, mais abrangente que o Caged, que não abarca todas as categorias de servidores do setor público. Desde 1985, o país só havia visto o mercado de empregos encolher em outras três ocasiões, todas no governo de Fernando Collor (1990, 1991 e 1992). São Dilma Rousseff e o PT fazendo história.

Há hoje menos empregos formais no Brasil do que havia em 2013. Com a tendência que vem sendo observada pelo Caged ao longo deste ano – já são mais 623 mil empregos cortados até julho – é possível que retrocedamos ao patamar do início da década.

Em 2015, todas as categorias profissionais minguaram: empregos na construção civil encolheram 14% e a indústria perdeu 604 mil empregos. A única exceção foi a agricultura. Os rendimentos também caíram: em média, 2,5% no ano.

Quem mais sofre as consequências do desemprego são os jovens: 44% dos empregos eliminados em 2015 eram de pessoas com idade entre 18 e 24 anos. Quatro em cinco postos cortados no ano passado são da faixa etária até 29 anos. O mercado só foi positivo para quem tem 50 anos ou mais.

As estatísticas consolidadas sobre o mercado de trabalho chegam num momento em que o país começa a discutir mudanças nas regras trabalhistas. Está fora de questão alterar arcabouços legais consolidados, principalmente no que se referem a direitos dos trabalhadores que a sociedade brasileira incorporou, valorizou e pratica há décadas.

No entanto, é imprescindível que o mercado de trabalho se adeque a novas condições que se alteraram intensamente em todo o mundo nos últimos tempos. Há amarras que não fazem mais sentido, porque passaram a significar não mais garantias, mas sim travas à obtenção de melhores oportunidades de trabalho pelas pessoas. Tal como está, a economia brasileira se transformou numa máquina de destruir empregos. Precisa, urgentemente, voltar a ser geradora, para o bem de quem trabalha e produz.