Com dois mandatos de vereadora de um município mineiro, a secretária-geral do PSDB Mulher nacional, Eliana Piola, foi uma das responsáveis pela edição da “cartilha da candidata”, lançada para as pré-candidatas tucanas às eleições deste ano durante seminário de capacitação realizado neste sábado (11), na sede do PSDB-PE.
A tucana falou sobre as orientações e dicas propostas pela cartilha e dividiu sua experiência eleitoral com as participantes do encontro. Para Eliana, essa será uma campanha “diferente”, dadas as limitações de recursos e restrições da legislação eleitoral. Mas dificuldades, no seu entender, não devem desanimar as mulheres que sabem lidar melhor com as situações difíceis.
“Para nós mulheres, tudo é diferente. Nada cai do céu. Tudo é conquista, é mais difícil, e não é diferente na disputa de uma eleição. Nós chegamos ao processo eleitoral mais tarde, começamos a votar mais tarde, então ainda não temos muita familiaridade com o que chamamos de tecnologia do poder. Por isso que mulher quando vence uma eleição, ela vence três eleições: a de dentro de casa, quando vence as dificuldades internas, as contrariedade dos homens da família; a segunda, que é a dos partidos, esferas do poder predominantemente masculinas; e, por fim, a eleição propriamente dita”, disse Eliana.
A secretária-geral do PSDB Mulher alertou para um erro primário que algumas mulheres cometem quando resolvem entrar na política: a insegurança em dizer que são candidatas. “Eleição é jogo e ninguém entra em jogo para perder. O eleitor também não quer perder o voto. Então a mulher tem de ter convicção plena: sou candidata e vou vencer. Não vacile em suas afirmações. Vocês precisam ter convicção porque querem ser candidatas e o que querem fazer”, orientou.
Eliana Piola chamou ainda a atenção da plateia, formada em grande maioria por pré-candidatas a prefeitas e vereadoras às eleições deste ano, para a importância de se conhecer seus pontos fracos e fortes. Ressaltou que o fato de estar estreando numa disputa eleitoral não significa, necessariamente, uma desvantagem. Mas é preciso que a postulante disponha de alguns elementos.
“Ter nome conhecido, reputação de alguém que vai à luta, história de ativismo político, conhecimento por algum trabalho comunitário, e conhecer bem a realidade do seu bairro e de sua cidade. Contar com apoio de entidades e ter um nível de energia pessoal, afinal campanha é disputa e é preciso erguer a cabeça e ir à luta, também são indispensáveis”, orientou.
Experiência compartilhada
Pré-candidato a prefeito do Recife e duas vezes vereador da capital pernambucana, o deputado federal Daniel Coelho encerrou o seminário de capacitação promovido pelo PSDB Mulher-PE. O parlamentar dirigiu especialmente sua explanação às pré-candidatas a vereadora. Começou chamando a atenção para se ter em mente as limitações de um mandato, cujo postulante é exigido demais da população por ser aquele “que mais chega perto do povo”.
“Normalmente é o vereador que está na ponta. Na disputa, é o vereador que ouve mais as argumentações. Então é ao vereador que a população pede mais, desde o que é de sua atribuição, até o que é de atribuição do presidente da República. Por isso o vereador não pode prometer o que não pode fazer. Tem de ter cuidado na abordagem às pessoas. O vereador pode se comprometer com os pleitos do eleitor, não prometer realizá-los”, ensinou.
Orientou ainda Daniel Coelho, que um candidato a vereador tem de focar no segmento que representa. “Um candidato a vereador não abraça toda a cidade. Diferentemente do candidato a prefeito, ele não precisa ter a maioria dos votos mas de um segmento, de uma fatia da população. Agora, esse pedaço da população tem de ser identificado”.
Por fim, chamou a atenção aos postulantes ao cargo de vereador para se ter em mente o papel primordial que é o de “fiscal do cidadão”. Essa função, ressaltou, deve estar acima da condição de governista ou oposicionista. “Não podemos esquecer dessa função de independência do parlamento. Não importa se você é oposição ou governo. Câmaras de vereadores submissas aos prefeitos não é bom para a população porque o papel do parlamento é fiscalizar o prefeito. No momento em que o vereador deixa de fiscalizar, ele deixa de cumprir seu papel”.
Daniel Coelho acredita que a eleição deste ano está muito “propícia” às mulheres, porque diante da crise de credibilidade pela qual passa a política, as mulheres ainda são vistas por grande maioria da população como as “mais honestas, as que se envolvem menos com casos de corrupção, e as mais sensíveis às questões sociais”.
“Esse é um momento muito propício às mulheres. Vamos fazer um grande esforço partidário para que tenhamos mais representantes femininas nas prefeituras do Estado e uma grande bancada de vereadoras tucanas. Isso vai nos ajudar a crescer como partido. Esse é um processo contínuo que com certeza vai fortalecer o PSDB como partido, o PSDB Mulher como movimento, e acima de tudo vai fortalecer as mulheres”.
*De Ana Sadock/Assessoria do PSDB Mulher-PE