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Integrante da Mesa Diretora da Câmara, Mara Gabrilli defende renúncia de presidente interino da Casa

Foto: PSDB na Câmara
Foto: PSDB na Câmara

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A deputada Mara Gabrilli (SP), 3ª secretária da Câmara, explicou nesta terça-feira (10) a decisão tomada por unanimidade pelos titulares da Mesa Diretora de pedirem a renúncia do presidente em exercício da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), do cargo de 1º vice-presidente da Casa. A Mesa também propôs a Maranhão, como alternativa, o afastamento temporário do mandato – e, logo, da 1ª vice-presidência – por 120 dias, não prorrogáveis.

De acordo com Gabrilli, o ato de Maranhão de anular a sessão da Câmara que aprovou a admissibilidade do processo de impeachment foi completamente despropositado e antirregimental, o que tirou dele a legitimidade para presidir a Câmara.

“Foi uma decisão despropositada e que ele tomou sem ouvir os outros membros da Mesa. Ele desprezou a opinião da Secretaria Geral da Mesa e acabou provocando uma instabilidade institucional num momento em que o Brasil já está vulnerável”, explicou a deputada.

A parlamentar contou que chegou a dizer ao presidente em exercício que se sentiu ofendida e desprezada como membro da Mesa e como brasileira diante da decisão que havia sido tomada por ele. “Isso não se faz. No momento em que o Brasil está passando as pessoas precisam de segurança, e o que ele fez vai exatamente contra isso. Ele perdeu completamente a legitimidade moral e técnica para presidir a Câmara ou uma sessão que seja”, reforçou.

PRAZO ATÉ HOJE

Depois do anúncio de que a Mesa pediu sua renúncia, Waldir Maranhão pediu um prazo de um dia para se pronunciar a respeito. Caso renuncie, haverá novas eleições para o cargo de 1º vice-presidente da Câmara em cinco sessões. Segundo a Secretaria Geral da Mesa, o cargo cabe ao PP ou a outro partido do bloco que o Partido Progressista integrava no início da legislatura. Até que as eleições se realizem, o deputado Giacobo (PR-PR), 2º vice-presidente, assumiria. Caso Maranhão se licencie do mandato por 120 dias, Giacono assumiria a Presidência interina da Câmara nesse período.

Para Mara Gabrilli, Maranhão “fez do Parlamento brasileiro uma bela de uma baderna e causou impactos para a economia e para imagem do Brasil”.  “Com essa atitude dele, a Bolsa de Valores caiu, o dólar subiu e as pessoas ficaram ainda mais desesperadas. Sem falar que tivemos um reflexo no exterior que nos leva a perder ainda mais a credibilidade tão necessária para fazer o país voltar a crescer”.

Para ela, a renúncia pouparia o Brasil do constrangimento de ter Maranhão no comando da Câmara. “É uma oportunidade que ele tem de reparo. Ele deve renunciar para restabelecer a ordem” explicou, ao destacar que espera contar com o bom senso que não imperou em momentos anteriores.  Ela lembra que foi Maranhão, em outra decisão monocrática, falando em nome da Mesa Diretora, quem destitui o então relator do processo contra Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética para atrasar a tramitação da peça.

SITUAÇÔES COMPLETAMENTE DIFERENTES

Mara Gabrilli rechaçou as declarações de aliados da presidente Dilma de que os partidos que apoiam o impeachment tenham adotado posturas antagônicas em relação ao vice-presidente da República, Michel Temer, e o vice-presidente da Câmara.  Conforme explicou, trata-se de situações completamente distintas. Segundo ela, ambos são vice-presidentes e teoricamente têm prerrogativa de assumir, mas, o ato totalmente atemporal e despropositado do deputado maranhense lhe tirou a legitimidade de estar à frente da Câmara.

A deputada ressaltou que diferente da cautela que tem sido adotada pelo vice-presidente Michel Temer em relação ao possível afastamento da presidente Dilma, o vice-presidente da Câmara mostrou-se completamente diferente, cometendo uma trapalhada gigantesca logo em sua primeira atitude como presidente em exercício da Câmara. “Não vejo como comparar os dois nem pela forma, nem pelo conteúdo”.

Apesar do entendimento que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se tornou o segundo na linha sucessória da Presidência da República após o afastamento de Eduardo Cunha da Presidência da Câmara, a tucana alerta que o fato de Maranhão poder, em algum momento, acabar se tornando presidente da Câmara de fato e, consequentemente, entrar na linha de sucessão logo após Michel Temer, é incabível. “Isso não seria aceito pelos brasileiros, inclusive por mim”.

Para ela, todos os que defendiam que Eduardo Cunha fosse afastado da Presidência da Câmara deveriam agora defender o mesmo em relação a Maranhão. “Ele não tem legitimidade alguma e deveria ser afastado também por ser investigado pela Lava Jato. Esse é só mais um item que conspira para esse afastamento dele”.

(Reportagem: Djan Moreno/foto: Alexssandro Loyola)

*Do site do PSDB na Câmara