A negligência do governo da presidente Dilma Rousseff em torno de temas importantes para a sociedade e a utilização do Palácio do Planalto como palco para defesa de sua estratégia de permanência no poder ficam mais claras a cada dia. Um novo episódio dessa tática aconteceu na terça-feira (30), quando a petista transformou um evento sobre o Minha Casa, Minha Vida em palanque contra o processo de impeachment, que já está em fase avançada na Câmara.
Enquanto a presidente discursava para uma plateia formada por representantes de movimentos sociais como MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra) e União dos Movimentos de Moradia de São Paulo, que foram colocados de última hora para preencher os lugares das autoridades que não compareceram, o motivo real da cerimônia foi deixado em segundo plano. E uma nova demonstração do processo foi vista na quinta-feira (31), com um novo evento no Planalto, em que artistas e intelectuais se reúnem para defender a petista.
O deputado federal Rodrigo de Castro (PSDB –MG) ressaltou que é antiga a estratégia petista de convocar plateia para tentar “maquiar” apoio popular. “O PT não pode encarar a população de frente. A Dilma só faz evento em locais fechados ou quando a estrutura pelego-petista – UNE, CUT e MST – estão presentes, com o dinheiro do contribuinte, para lotar de áulicos os espaços”, disse.
Palácio da Alvorada
Outro fato que chama atenção em Brasília é o bloqueio do acesso de turistas e cidadãos ao Palácio da Alvorada, que já acontece há aproximadamente duas semanas. Os acessos ao local estão fechados com barreiras. Desenhada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a residência oficial é um dos principais pontos turísticos da capital federal e considerada um patrimônio da arquitetura moderna mundial.
Segundo a Casa Militar, não há previsão de quando o acesso do público será autorizado novamente.
Para Castro, o bloqueio é prejudicial para o turismo e uma afronta por se tratar de um direito do cidadão. O deputado destacou, ainda, que essa é mais uma prova de que Dilma e o PT não conseguem mais se aproximar do povo. “Eles estão desesperados de não terem mais o apoio popular. Isso foi algo de que eles sempre se gabaram de ter. O PT não pode mais fazer o evento para população porque sabem que seriam vaiados e hostilizados, então eles precisam se proteger levando a sua própria claque”, concluiu.