A Caixa Econômica Federal anunciou nessa segunda-feira o aumento da taxa de juros do financiamento da casa própria e as parcelas podem ficar até 30% mais caras, segundo especialistas ouvidos pelo jornal Folha de S. Paulo. A decisão, em um momento de crise, tende a dificultar a compra de imóveis por milhões de brasileiros. Para o deputado federal Marcus Pestana (PSDB-SC), essa é mais uma marca do desequilíbrio econômico do governo Dilma.
“Essa é mais uma prova cabal do fracasso da gestão econômica dos governos do PT, em que eles desfiam as conquistas sociais alcançadas a partir do plano real e que marcaram essas últimas décadas e que estão correndo sérios riscos para o equilíbrio macroeconômico. Essa última elevação dos juros no momento de retenção dos empregos, de crise aberta, de queda da renda real, coloca a oferta da moradia problematizada aos olhos daquele que quer a sua casa própria”, destacou o parlamentar.
Sand Lêycia tem 23 anos e é professora. Ela conta que tinha planos de financiar a casa própria ainda em 2016, mas terá que adiar o sonho da casa própria. Para Sand, o aumento vai pesar mais ainda no orçamento da família, e aponta os efeitos da crise no cotidiano.
“Com esse aumento a gente vai ter que aguardar mais ainda. Esperar para ver se as taxas poderão abaixar futuramente. Agora pegar esse dinheiro e deixar ele parado um tempo, né? Se você for pegar uma prestação de 2 mil reais e colocar 30% vai deixar o orçamento bem mais salgado, com certeza. Para nós trabalhadores, isso pesa ainda mais. Porque antigamente, antes da crise, um dinheiro que sobrava para você ter um momento de cultura, de lazer, esse dinheiro não sobra mais. Ou seja, a gente tá trabalhando somente para pagar o básico”, disse.
A estratégia pode esfriar ainda mais o mercado, já que o crédito mais caro inibe a demanda. Segundo a própria instituição, a alta está associada ao aumento de custos e ao comportamento dos depósitos na poupança, que vem perdendo recursos mensalmente. É a primeira vez neste ano que a Caixa eleva os juros do financiamento. A última vez aconteceu em outubro do ano passado.