“A possibilidade de detectar simultaneamente os três vírus é uma iniciativa pioneira no Brasil e só foi possível devido ao investimento contínuo do Governo do Paraná em tecnologia e ampliação do Parque Tecnológico do Laboratório Central do Estado”, disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto. Ele ressaltou o compromisso da equipe de profissionais do Lacen-PR em aplicar seus conhecimentos para qualificar o trabalho de desenvolvimento.
O Parque Tecnológico de Biologia Molecular do Lacen recebeu mais de R$ 1 milhão em investimentos do Governo do Estado. Para o desenvolvimento da nova tecnologia apresentada nesta sexta-feira (05) foram aplicados cerca de R$ 500 mil em equipamentos de pipetagem, extração e amplificação.
Segundo a coordenadora da equipe de Arbovirologia Molecular do Lacen-PR, Irina Riediger, esse teste se baseia no protocolo desenvolvido e validado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC – Atlanta – EUA), que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
“A metodologia Multiplex para diagnóstico simultâneo, desenvolvida no Lacen-PR já era usada para identificação dos vírus respiratórios em circulação no Paraná. Num momento em que o Estado enfrenta epidemia de dengue e com o surgimento de novos vírus em circulação adotamos o mesmo processo para as arboviroses (doenças virais transmitidas por insetos) e ganhamos em agilidade, redução de custos e processividade”, explica Irina.
PROCESSO – Anteriormente as análises se baseavam na pesquisa direta do vírus, sendo necessário cultivá-los no laboratório para permitir sua identificação, o que levava até 40 dias, sendo que somente os laboratórios de referência nacional faziam os testes moleculares para chikungunya e zika. A partir de agora o Lacen-PR tem condições de analisar todas as amostras enviadas para as três doenças simultaneamente.
A superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide Oliveira, explica que o período de 40 dias era necessário para a identificação de qual o sorotipo de dengue em circulação na região onde houve a infecção, mas a confirmação de diagnóstico de dengue já era feito em no máximo uma semana.
“Para as equipes de epidemiologia é necessário saber qual o sorotipo de dengue e se há outros vírus em circulação. Com a resposta laboratorial mais rápida, a equipe de saúde pode aplicar o tratamento adequado ao paciente e desencadear bloqueio ao mosquito transmissor na região onde foi detectado o caso, eliminando criadouros para interromper a cadeia de transmissão”, diz Cleide.