Na “Pátria Educadora” da presidente Dilma, mais uma promessa não será cumprida. O país não vai alcançar, neste ano, a universalização do atendimento para crianças e adolescentes (entre 4 e 17 anos), como havia sido definido em emenda constitucional de 2009. Há ainda 2,7 milhões de jovens sem estudar.
Para o deputado federal Miguel Haddad (PSDB-SP), a educação é tratada pelo governo Dilma como qualquer outra atividade, quando se deveria ter uma blindagem para que fosse prioridade no país. “Só assim para avançarmos em relação à universalização e também na qualidade do ensino, que ainda deixa muito a desejar. O que estamos assistindo é mais uma vez metas, compromissos, promessas que, na verdade, ficam longe de serem cumpridas”.
De acordo com matéria do jornal O Globo desta quarta-feira (20), as informações sobre o não cumprimento da universalização foram coletadas a partir de estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pela ONG Todos pela Educação. Segundo Priscila Cruz, presidente da ONG ouvida pelo jornal, alguns dos entraves para a universalização são o acesso para crianças com necessidades especiais e o abandono no ensino médio, que chega a 9,5% no primeiro ano.
Outra preocupação para a universalização é a crise econômica imposta pelo governo Dilma no país, que atinge os orçamentos federal, estadual e municipal. A redução de recursos pode retardar a velocidade dos avanços ou até mesmo impor retrocessos na educação. “Novamente o governo federal define metas e não consegue cumprir. Os desafios são inúmeros, tem crianças que precisam de cuidados especiais e o sistema não está preparado poder recebê-las. Temos também a recessão que agrava ainda mais a situação, os orçamentos tanto dos municípios e dos estados quanto da União estão menores que o previsto e isso cria uma maior dificuldade para que se possa alcançar 100%”, ressalta o tucano Miguel Haddad.
A presidente da ONG acredita que os impactos nos índices da Educação podem ser sentidos já em 2016. “Os cortes (orçamentários) podem ter reflexo na qualidade e também nas matrículas, porque o aumento da oferta tem relação direta com custo. Você até pode melhorar a gestão, existem politicas que não têm relação tão direta com o custo, mas matrícula sim. Tem que construir mais escolas, contratar mais professor, comprar mais material… A falta de recurso tem reflexo direto nisso”, disse ao jornal O Globo.