Brasília (DF) – Preocupado com as repercussões negativas da reprovação das contas de 2014 da presidente Dilma Rousseff, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), e das chamadas “pedaladas fiscais”, o governo federal tem estudado formas de quitar a dívida que tem com bancos públicos, por conta do atraso no repasse de recursos para subsídios e programas sociais.
As informações são de reportagem publicada nesta quinta-feira (15/10) pelo jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a publicação, a dívida do governo com os bancos públicos já ultrapassa os R$ 40 bilhões em 2015, segundo denúncia do Ministério Público. O governo pode optar por quitar a dívida em um prazo mais longo ou ainda neste ano, o que geraria ainda mais dívidas. De qualquer forma, a solução afetará a meta fiscal de 2015.
Para o Líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), o governo “insiste na mentira, na tentativa de enganar a população”, mas as negociações para “despedalar” as contas de Dilma representam uma confissão de culpa.
“O país vive uma situação extremamente grave, de um desgoverno completo, que hoje tem como único objetivo mentir para tentar salvar um mandato que conquistou na base também da mentira”, afirmou.
“A presidente Dilma mentiu ao povo brasileiro para vencer as eleições a todo custo, e agora continua mentindo com argumentos que não se sustentam. Tudo aquilo que o Brasil vê, de forma perplexa e estarrecida, é a continuação de uma prática deplorável de se fazer política, de se tentar desqualificar quem faz oposição sem ter a menor capacidade de resolver os problemas do dia a dia da população”, disse.
O senador destacou que as pedaladas são uma “ilegalidade”, e foram feitas para proteger os mais ricos. “Programas como o Bolsa Família tinham previsão orçamentária, portanto esse dinheiro não pode ter sumido assim, e essa situação fica ainda mais escandalosa. Fizeram as pedaladas para proteger programas do BNDES, que atendiam as grandes empresas escolhidas por eles”, considerou.
Pedaladas em 2015
No início da noite desta quarta-feira (14/10), o ministro do TCU Raimundo Carreiro determinou a abertura de um novo processo para investigar se a presidente da República teria mantido as pedaladas fiscais em 2015, em seu segundo mandato. Os resultados da auditoria terão que ser novamente julgados pelo TCU. A prática das pedaladas em 2014 é um dos principais pontos que embasam o pedido de impeachment contra Dilma Rousseff.
“O próprio Ministério Público, perante o Tribunal de Contas, já afirmou que esse tipo de delito continua sendo praticado, então caberá mais uma vez ao Tribunal de Contas, em uma análise técnica com isenção, olhar para esse crime continuado, que é muito grave e não pode ficar impune”, completou Cássio Cunha Lima.