A deputada federal Geovania de Sá (PSDB-SC) atribuiu a alta taxa de desemprego registrada no país em junho ao conjunto de ações equivocadas do governo federal que levaram ao perverso ajuste fiscal promovido neste ano. Diante da pior taxa para o mês em cinco anos (6,9%), a tucana não acredita em uma recuperação rápida. Em sua avaliação, os trabalhadores estão pagando pelos erros do governo do PT.
A taxa de desemprego continuou em alta em junho e, ao chegar aos 6,9%, bateu recorde para o mês desde 2010, quando a desocupação atingiu 7%. Considerando todos os meses, a taxa é a mesma registrada em julho de 2010. Em maio, o desemprego atingiu 6,7% e, em junho de 2014, 4,8%. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para Geovania, as medidas adotadas para tentar reverter o cenário de desaquecimento da economia, sobretudo via aumento de impostos, afetam diretamente as empresas, que têm optado por demitir para manter as portas abertas. “As empresas estão sentindo o aumento de impostos. As Medidas Provisórias que votamos no primeiro semestre acabam refletindo diretamente nas firmas, que, junto com os trabalhadores, acabam pagando pelo desgoverno e falta de gestão da presidente Dilma”, lamentou. A parlamentar lembra que há menos dinheiro em circulação, pois as famílias estão com suas rendas comprometidas.
Geovania lembra ainda que, de acordo com o IBGE, o rendimento médio real dos trabalhadores ocupados, na comparação anual, ficou 2,9% menor, R$ 2.212,87. “Outra coisa que está refletindo muito, pois as empresas estão reduzindo a jornada de trabalho e os salários e, com isso, os rendimentos caem. É um ciclo. Reflete para o empresário e para o trabalhador”.
Ao observar as ações do governo para tentar reverter o caos que ele próprio criou, a deputada avalia que a situação de alta de desemprego, infelizmente, deve continuar. Isso porque, de acordo com ela, Dilma optou por penalizar os trabalhadores e, em momento algum, demonstrou vontade de reduzir os gastos com a máquina pública. “O governo tem que fazer sua parte, não apenas fazendo um ajuste fiscal que vai contra empresas, trabalhadores e a economia em geral. Acredito que isso vai continuar. Esses índices ainda cairão para a economia retomar”, alerta.
De acordo com o IBGE, a população desocupada somou 1,7 milhão de pessoas. Na comparação com o ano passado, esse grupo cresceu 44,9%. É o maior aumento anual já registrado em toda a série da pesquisa, que teve início em março de 2002.
Na comparação anual, o desemprego aumentou em todos as regiões pesquisadas. No Recife, passou de 6,2% para 8,8%; em Salvador, de 9,0% para 11,4%; em São Paulo, de 5,1% para 7,2%; em Porto Alegre, de 3,7% para 5,8%; no Rio de Janeiro, de 3,2% para 5,2%, e em Belo Horizonte, de 3,9% para 5,6%.
*Do portal do PSDB na Câmara