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Feminicídios no Brasil batem recorde no 1º semestre de 2022

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Foram 699 mulheres vítimas de feminicídio no Brasil no primeiro semestre de 2022, uma média de quatro mulheres por dia. As informações são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, veiculadas pelo portal G1. O número é o maior já registrado em um semestre, e ocorre no mesmo momento em que o país teve o menor montante destinado às políticas de enfrentamento à violência contra a mulher.

Comparado com 2019, o crescimento no índice de feminicídios foi de 10,8%, “apontando para a necessária e urgente priorização de políticas públicas de prevenção e enfrentamento à violência de gênero”, de acordo com o Fórum. O aumento foi de 3,2% em relação ao primeiro semestre de 2021, quando 677 mulheres foram assassinadas.

Segundo Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum, os dados apontam para uma esimativa assustadora:

“Olhando os dados de janeiro a junho de 2022, se mantida essa tendência, nós teremos um novo recorde de feminicídios, inclusive quando fechar o ano de 2022. Infelizmente, tudo aponta para um crescimento da violência letal contra meninas e mulheres em decorrência do seu sexo, da sua condição de gênero”, disse.

Falta de recursos

Apesar do crescimento ininterrupto da violência letal contra a mulher, os recursos investidos pelo governo federal para o enfrentamento à violência reduziram drasticamente.

O governo do presidente Jair Bolsonaro, nos quatro anos de gestão, propôs no Orçamento da União 94% menos recursos para políticas específicas de combate à violência contra a mulher do que nos quatro anos imediatamente anteriores.

Os números fazem parte de um levantamento do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), organização não governamental sem fins lucrativos. Os valores foram corrigidos pela inflação no período.

Entre 2020 e 2023, anos que englobam os projetos de Orçamento enviados ao Congresso pela atual gestão, foram indicados R$ 22,96 milhões para políticas específicas de combate à violência contra a mulher.

Nos quatro anos anteriores, ou seja, nos Orçamentos de 2016 a 2019 (que não foram enviados por Bolsonaro) esses recursos eram de R$ 366,58 milhões. A queda foi de 94%.

*Com informações do portal G1.