Mais mulheres na política. Esse é o principal objetivo do II Seminário de Capacitação Política: Representação, Democracia e Eleições 2022 promovido pelo Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, em parceria com a Fundação Konrad Adenauer (KAS Brasil) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV), que terá dois dias de programação. O encontro de capacitação acontece em Belém (PA) e conta com a participação de 50 pré-candidatas pela Federação PSDB-Cidadania.
A abertura do Seminário, comandada pela presidente do PSDB-Mulher Nacional, Yeda Crusius, e pela coordenadora de projetos da KAS Brasil, Ariane Costa, foi nesta quinta-feira (7/7) e teve como destaque a necessidade de intensificar e fortalecer as candidaturas femininas.
Ao dar boas-vindas às participantes, Ariane Costa, comemorou o encontro presencial com o PSDB-Mulher após dois anos de pandemia e destacou a parceria de mais de uma década com o Secretariado em busca da ampliação da participação das mulheres na política.
“O trabalho que a gente tá fazendo aqui em parceria com o PSDB-Mulher é muito importante. […] atualmente a gente vive um momento muito difícil na política. E a representação feminina ainda é um desafio muito grande no Brasil”, disse ao pontuar que o país “está atrás de diversos países da América Latina na questão da representação”.
Atualmente, o Brasil ocupa a 145º posição em um ranking de 187 países no que tange à representação feminina na política. Levando em consideração apenas a América Latina, só o Haiti —sem nenhuma mulher no Legislativo— está pior do que o Brasil no ranking.
“Pra uma democracia verdadeiramente representativa, a gente precisa do quadro que realmente represente a diversidade do nosso país, né? Nós mulheres, nós somos a maioria da população aqui no Brasil, mais da metade da população eleitoral também e no Congresso Nacional, só pra dar um exemplo, nós temos apenas 15% de representação. Então, a gente tá aqui pra mudar esse cenário”, finalizou.
Precursores
A história do PSDB e do PSDB-Mulher foi resgatada pela presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius, que fez questão de destacar aqueles que foram precursores do partido. Além das ex-presidentes do Secretariado, Yeda Crusius fez questão de frisar o brilhantismo e a valorosa contribuição de Franco Motoro para o partido, para São Paulo, para o Brasil e para o mundo. Yeda, que foi a primeira e única mulher a governar o Rio Grande do Sul e ser eleita pelo PSDB, recordou que foi Montoro que a convidou para presidir a União Latino-Americana de Mulheres — ULAM, fundada por ele.
A líder tucana destacou a organização das mulheres do partido ao relembrar que a primeira reunião oficial do PSDB-Mulher Nacional para elaborar o Regimento Interno do Secretariado foi realizado em outubro de 1999 no Pará. “Por quê a mulher não é respeitada quando participa do meio político? – eles nos diziam. E não conhecem as regras. Então de 1999 em diante nós construímos as nossas regras e nós temos um regimento para o qual a presidente nacional é eleita com plataforma política, com urna, com voto”. E revelou o segredo da união entre as mulheres do PSDB: “Os homens não tem mais isso no nosso partido, mas nós persistimos, continuamos e é isso. Esse é o nosso segredo. O segredo da nossa união mesmo quando o mundo lá fora tá se dividindo”.
A ex-ministra do Planejamento e ex-deputada federal lamentou o atraso do Brasil no quesito representatividade feminina e garantiu que o PSDB-Mulher se manterá firme nesta luta, independentemente dos rumos que a política interna tomará.
“Nesse período entre 1988 [fundação do PSDB] até agora, nós tivemos conquistas legais, nós tivemos conquistas práticas, mas a maior conquista de todas foi esta relação que a gente tem, essa sinapse, com a Fundação Konrad Adenauer. O que faz com que independente do que aconteça com o partido, as mulheres sabem que contam entre elas, com elas e para elas com o Secretariado da Mulher”, afirmou.
“Eu tive esse caminho, conquistado, aceito e valorizado, e hoje presido as mulheres do PSDB Nacional. Faço capacitação há muitos anos. Fundei, junto com outras mulheres, o PSDB-Mulher lá em 1998, e nunca paramos. O que eu posso fazer, devo fazer e quero fazer agora? É poder dar o apoio para que outras mulheres que queiram fazer isso não encontrem tantas dificuldades e preconceitos”
Capacitação
Os debates ocorrem a menos de 3 meses das eleições gerais, marcadas para 2 de outubro, quando os eleitores escolherão os (as) candidatos (as) para a Presidência da República, os Governos dos Estados, o Senado, a Câmara dos Deputados e as Assembleias Legislativas Estaduais e do Distrito Federal.
O curso está sendo ministrado para mulheres de todas as regiões do país e teve como pré-requisito nunca ter participado das capacitações promovidas pelo Secretariado até então.
Pré-candidatas do Acre, da Bahia do Ceará, do Distrito Federal, do Espírito Santo, de Goiás, do Maranhão, de Mato Grosso do Sul, de Mato Grosso, do Pará, da Paraíba, do Paraná, do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte, do Rio Grande do Sul, de Santa Catariana, do Sergipe, de São Paulo e do Tocantins debateram nesta quinta sobre a importância da Amazônia para Brasil e receberam orientações sobre Comunicação Política, redes sociais e Legislação Eleitoral.
Nesta sexta-feira (8/7) estão previstos painéis sobre gestão estratégica de Campanha Eleitoral, financiamento de Campanha Eleitoral e Recursos Partidários; além de Políticas Públicas e Bandeiras Eleitorais 2022.