A mesa-redonda do Seminário de Capacitação Política “Mulheres que Constroem um Brasil Melhor”, promovido pelo Secretariado Nacional da Mulher/PSDB em Campo Grande (MS), neste sábado (21/05), reuniu tucanas de todo o estado em torno da discussão “O que queremos para Mato Grosso do Sul em Políticas Públicas para Mulheres?”.
Mediado pela deputada estadual, pré-candidata à reeleição e presidente do PSDB-Mulher de Mato Grosso do Sul, Mara Caseiro, o debate girou em torno de propostas para o aperfeiçoamento de políticas públicas destinadas à educação, à saúde, ao combate à violência contra as mulheres e ao empreendedorismo.
“O protagonismo é das mulheres, detentoras de suas famílias e lares. Temos de trabalhar também pelo empreendedorismo para as mulheres”, ressaltou Mara Caseiro.
A secretária de Estado do Mato Grosso do Sul de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho, Elisa Cleia Nobre, destacou que é fundamental valorizar o potencial das mulheres quando discutimos políticas públicas.
Para a tucana, é importante haver uma interligação entre os Poderes para a execução e eficiência das políticas públicas. “A falta de conexão entre os Poderes dificulta bastante a execução das políticas públicas. Se não tiver essa compreensão, não vamos conseguir mesmo. O público que nós temos é um só. A gente precisa deste entendimento entre os setores.”
A presidente do PSDB-Mulher de Campo Grande (MS), Carla Teixeira, disse que apenas por meio da parceria entre mulheres será possível avançar, considerando todas as instâncias em que atuam.
“A gente precisa se unir mais, a gente precisa trazer mais próximas as mulheres de outros segmentos, a Juventude, as Pessoas Idosas, as Pessoas com Deficiência e a Diversidade. A gente precisa ter um olhar mais amplo. A gente precisa abrir mais os olhos e a mente. As políticas precisam se conversar. Existem políticas que estão desconectadas umas das outras.”
Leis para todos
A vice-prefeita do Mundo Novo, Rosaria de Fátima Lucca Andrade, reiterou que as “leis não foram feitas só para as mulheres ou somente para homens”, porém, destacou que “nós, mulheres, temos de tomar as rédeas”. “Nós, da fronteira, recebemos a parte mais dolorosa das mulheres: quando elas são abandonadas por seus maridos e com os filhos. Nós sofremos muito, sobretudo a ausência de Estado. O município tem de se virar sozinho, falta muito a presença do Estado.”
Para Wania Alecrim, pedagoga e mestranda no Programa de Pós-Graduação em Estudos Fronteiriços na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, os avanços foram expressivos, mas é preciso ir mais adiante. “Temos de fazer com que essa política chegue até essas mulheres. Precisamos possibilitar acesso. Tem muitas leis, mas precisam ser efetivadas.”
Uma das preocupações de Wania Alecrim se concentra na subnotificação de casos de violência envolvendo as áreas fronteiriças. “Trabalhar essas fronteiras é essencial, para lidar com a violência, tráfico de drogas, de armas, crianças, feminicídio”, disse. “Precisa ter um plano para evitar esses tipos de crimes.”
Vulnerabilidades
A jornalista e pré-candidata à deputada federal Keliana Fernandes destacou a necessidade de observar a questão da insegurança envolvendo mulheres e crianças. “Precisamos olhar com mais amor para as mulheres e as crianças”, afirmou.
Keliana Fernandes reiterou a necessidade de ações imediatas. “Até ontem, havia 4.487 denúncias de violência contra crianças e adolescentes. O Mato Grosso do Sul tem 10% destas denúncias”, apontou a tucana, ressaltando a importância da escola integral e da inclusão da discussão em sala de aula: “[Temos de educar] essas crianças para que saibam reconhecer quando passam do limite”.