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Tarsila destaca que Bandeiras Eleitorais devem incluir o “novo” gerado pela pandemia da Covid-19

Psicóloga e mestra em Direitos Humanos, especialista em gestão do trabalho e da educação em saúde, Tarsila Rorato Crusius destacou o papel feminino em políticas públicas, sobretudo com foco nos impactos sobre as mulheres pós-pandemia da Covid-19, e a necessidade de incluir propostas relativas a estas preocupações nas Bandeiras Eleitorais PSDB-Mulher 2022 em sua palestra no Seminário de Capacitação “Mulheres que Constroem um Brasil Melhor”, no Crystal Plaza Hotel, em Goiânia (GO), no sábado (19/03).

“Em 2020, o mundo trouxe novos desafios que ninguém estava preparado para enfrentar quando o Brasil foi varrido. É preciso preparar as mulheres”, disse ela. “Não se pode desconsiderar os efeitos da pandemia para a sociedade.”

Para Tarsila, é fundamental considerar as metas previstas na Cartilha das Bandeiras Eleitorais do PSDB-Mulher e a Agenda 2030 das Nações Unidas, frutos da construção coletiva definindo prioridades. Ela destacou a necessidade de união e parceria entre mulheres. “Se uma mulher não pode chegar lá, nós temos de batalhar para que todas possamos chegar juntas.”

Bandeiras Eleitorais

Para a especialista, é importante incluir essas preocupações na campanha eleitoral deste ano e na relação das Bandeiras que serão definidas pelas tucanas. Segundo ela, é essencial recordar que o mundo agora é híbrido: mescla os ambientes virtual e presencial.

“Essas candidatas têm que vir com tudo, têm que estar preparadas. O PSDB-Mulher Nacional vai ter uma importância muito grande em fornecer ferramentas, informações, capacitação e material para essas mulheres trabalharem”, avaliou.

“A candidata que não se ambientar com essas novas ferramentas vai sair em desvantagem”, alertou Tarsila Rorato Crusius, recordando que temas como a acessibilidade devem ser constantes. A acessibilidade é um problema que nós não podemos deixar de ver nem de notar. A pessoa com deficiência não pode ser recebida pelos fundos nem por improviso.”

Tarsila Crusius reiterou a importância de considerar os impactos da pandemia e do coronavírus na vida das pessoas: os mais de 650 mil óbitos no Brasil, o aumento da violência contra a mulher, o sofrimento causado pelos transtornos mentais, a evasão escolar e o desemprego.

“A nossa realidade hoje é marcada a ferro e brasa pelos dois anos de pandemia que a gente tem vivenciado. Sem entender a profundidades desses impactos da pandemia, o quanto se perdeu em termos de avanços e conquistas, o quanto se voltou para trás em termos de várias políticas, e o mais importante: sem entender o quanto as mulheres mais uma vez pagaram muito mais caro essa conta do que os homens, nós não vamos conseguir levar adiante com a força que nós precisamos a importância de se lutar pelas mulheres, de inserir as mulheres na nossa agenda e fortalecer a participação política das mulheres, não somente nos cargos eletivos”, considerou.

“Nós chegamos a níveis de desemprego que nunca haviam sido registrados. Estes empregos não se recuperam sozinhos”, disse ela. “Os empregos femininos são 1,8 vezes mais vulneráveis a crise do que os empregos masculinos. As mulheres respondem por 39% dos empregos globais, porém, por 54% do total dos empregos perdidos”, exemplificou.

“Não se pode pensar em estratégias para recuperação de emprego, da capacidade da renda, sem pensar na questão de como você vai trabalhar especificamente para as mulheres”, completou Tarsila Crusius.

Agenda 2030

A Agenda 2030 reúne metas e objetivos bem específicos, como erradicação da pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares; fome zero, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável; assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades; e garantir a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, promovendo oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

Também planejam-se alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas; assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos; garantir acesso confiável, sustentável, moderno e a preço acessível à energia para todos; e promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, com emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todos.

A agenda inclui ainda propostas de construção de infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação; ações que visam reduzir a desigualdade dentro dos países, entre eles e busquem tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.

Há, ainda, metas que preveem assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis; executar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos; adotar medidas de conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.

Por fim, a agenda determina a proteção, recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade e incentivo às sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis, além do fortalecimento dos meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.

O Seminário reuniu cerca de 200 mulheres, que debateram também sobre comunicação política, legislação eleitoral e os cenários local e nacional para 2022. Os seminários deverão ocorrer em outras regiões do Brasil nas próximas semanas.