Pesquisa do Instituto Ipsos, realizada em 28 países com homens e mulheres, mostra que o Brasil é o país que mais defende a participação feminina na política. Em todos os países, as entrevistadas apresentaram maiores taxas de concordância à questão que os homens. A diferença foi de 12 pontos porcentuais na média global, e 10 no Brasil.
O mundo seria um lugar melhor, mais pacífico e bem-sucedido se mais mulheres estivessem no poder? A média global dos que responderam que sim é de 54%. Depois do Brasil, primeiro lugar no ranking com taxa de 70%, Peru e Colômbia empatam na segunda colocação.
Peru e Colômbia, porém, têm maior participação feminina na política do que o Brasil. No Peru as mulheres são 40% do Parlamento, e na Colômbia, 19,7%.
O levantamento feito via on-line ouviu 19 mil entrevistados entre 16 e 74 anos. Os dados foram colhidos entre 23 de julho e 6 de agosto deste ano. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos porcentuais, para mais e para menos.
De acordo com o estudo, a disparidade começa antes do dia da eleição. Dados da plataforma 72 horas, que analisa a distribuição de recursos financeiros para campanhas, mostram que candidaturas de mulheres receberam 30% dos valores repassados pelos partidos.
Uma proposta, aprovada pelo Congresso em setembro, deve contribuir para transformar esse cenário. O texto determina uma espécie de “bônus” financeiro para os partidos que mais conseguirem votos em candidatos negros e mulheres, o que já provocou uma “corrida” das legendas para aumentar o número de candidaturas desses grupos.
*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo