A deputada federal Tereza Nelma (PSDB-AL) se manifestou em suas redes sociais, nesta segunda-feira (2/8), contrariamente à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 135/2019, que institui a obrigatoriedade do voto impresso nas eleições no Brasil. A proposta tem votação marcada para esta quinta-feira (5/8), na Comissão Especial que analisa o tema na Câmara dos Deputados.
Para a tucana, a mudança do sistema de votação brasileiro é um tema muito sério, essencial para a democracia, que precisa ser debatido amplamente, e não mudado “da noite para o dia”.
Ela destacou que não há indícios que comprovem a insegurança do sistema eleitoral vigente. Além disso, em meio à uma enorme crise causada pela pandemia do coronavírus, existem pautas mais importantes e prioritárias que merecem o empenho dos parlamentares.
“Não sou a favor do voto impresso em respeito ao eleitorado e à democracia. Não acredito que a volta do voto impresso trará lisura e segurança para o eleitorado. Ao contrário, a contagem manual é que abre caminhos para a fraude e manipulação”, argumentou.
“Estamos há 25 anos votando eletronicamente, sem qualquer indício de fraude, sem qualquer justificativa para que essa mudança ocorra assim, repentinamente. Na minha trajetória política, experimentei as duas modalidades de voto, o impresso e o eletrônico, e não tenho dúvidas que o eletrônico representa uma melhoria para o eleitorado. Voto impresso, não. Voto digital, sim”, completou Tereza Nelma.
Sem provas
A adoção do voto impresso é defendida de forma ferrenha pelo presidente da República, Jair Bolsonaro. Ao falar para apoiadores que participavam de manifestações a favor da PEC no domingo (1/8), ele chegou a afirmar que, caso a proposta não seja aprovada na Comissão Especial, “não haverá eleição”.
Há anos, Bolsonaro sustenta a narrativa de que o pleito que o elegeu, em 2018, teria sido fraudado. Na última quinta (29/7), o presidente fez uma aguardada live onde finalmente divulgaria as supostas provas de que as urnas eletrônicas teriam sido manipuladas. Ao invés disso, ele apresentou uma série de vídeos antigos de internet, já desmentidos por órgãos oficiais, e afirmou: “Não temos provas, vou deixar bem claro, mas indícios”.
Em resposta às acusações feitas pelo presidente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou nesta segunda (2/8) por unanimidade a abertura de um inquérito administrativo sobre ataques à legitimidade das eleições, além do envio de uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o chefe do Executivo seja investigado no inquérito das fake news, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes.