A presidente do Secretariado Nacional da Mulher/PSDB, Yeda Crusius, participou, nesta quarta-feira (5/5), de uma live com a vice-presidente nacional da Diversidade Tucana, Hosilene Lubacheski, e a presidente da Câmara Municipal de Bom Repouso (MG), a vereadora trans Pauletty Blue (PSDB), onde debateram a importância da participação de mulheres LGBT na política. O encontro virtual foi transmitido no perfil oficial do PSDB no Instagram.
Ao iniciar o debate, as tucanas lembraram que as eleições municipais de 2020 tiveram um recorde de participação de mulheres lésbicas e trans. No entanto, é preciso ampliar esse número, garantindo formas de apoiar a diversidade dentro dos quadros partidários e garantindo a igualdade de direitos.
“Esses movimentos estão em todo o lugar, são uma realidade. São os movimentos que eu apoio, que o PSDB-Mulher apoia. E nós apoiamos incluindo as mulheres LBT, lésbicas, bissexuais e trans, para receber a nossa capacitação”, afirmou Yeda Crusius.
A presidente do PSDB-Mulher lembrou que o Secretariado já existe há quase 23 anos, com o objetivo maior de promover a inclusão, e tem obtido resultados substanciais nos últimos pleitos, especialmente a partir das eleições de 2018 com o apoio do Fundo Partidário.
“Dessa história toda que a gente viveu, pudemos interagir e ver com muita alegria o resultado de campanhas feitas por mulheres do movimento, como o sucesso que a Pauletty teve, inclusive”, comemorou.
JUNTAS SOMOS MAIS FORTES
Yeda Crusius lembrou ainda a perda recente do ator e comediante Paulo Gustavo e se solidarizou com as famílias das vítimas da tragédia ocorrida em uma escola infantil em Saudades (SC), nesta terça-feira (4/5).
“Essas tragédias humanas remetem à necessidade de a gente estar junto e se organizar para vencer desafios. E o movimento LBT sabe muito bem disso. Os anos 60 foram os grandes anos de transformação, nos anos 80 eles se registraram no Brasil de uma forma mais organizada, completa, e nos anos 90, finalmente, se teve a ideia de que o ser humano não é doente pela opção que faz pela sua própria vida, seja lésbica, bissexual, trans ou gay”, disse.
A tucana acrescentou ainda que a Diversidade Tucana está incorporada ao PSDB-Mulher, que busca conhecer, entender e apoiar todas as mulheres que integram ambos os segmentos.
“São mulheres e pertencem ao PSDB-Mulher. Por isso convidamos todas a debater conosco os seus sentimentos, emoções, demandas e propostas. O PSDB-Mulher é vocês, está com vocês e continuará apoiando o movimento”, ressaltou.
TABU NA POLÍTICA
Vereadora mais votada no município de Bom Repouso, Pauletty Blue relembrou a sua trajetória antes entrar para a vida pública, trabalhando como maquiadora, em salão de beleza, e fazendo faxinas.
“Só fui descobrir a minha identidade quando tinha uns 15 anos. Sempre achei lindo sapato de salto, roupa de mulher, mas nunca tive coragem de usar”, contou.
A tucana revelou que a decisão de uma mulher trans entrar para a política é vista como um tabu em diversas partes do Brasil. Pauletty, no entanto, nunca chegou a sofrer preconceito dos companheiros vereadores, que tomaram a iniciativa de propor uma mudança nas regras da Câmara Municipal para que possam se referir a ela pelo seu nome social.
“O fato de eu ser trans e entrar na política foi um tabu imenso. É viado, lésbica, travesti, não ganha. Eles têm mania de desmerecer a gente, acham que a gente não tem sentimento, não tem ideias. O mundo gay não é resumido em festas”, desabafou.
A vereadora disse ainda estar aprendendo a fazer política, mas já tem diversas propostas para melhorar a vida da população de seu município, como opções de lazer para as crianças e pessoas mais velhas da cidade, a criação de um acervo histórico de Bom Repouso, além de uma feira de artesanato que exalte as tradições da cidade, como a congada, e movimente a economia local.
Ela conclamou mais mulheres LBT a terem voz ativa e participarem da política em todo o país.
“Todas nós mulheres, trans, lésbicas, temos poder sim. Eu não imaginava que fosse ser vereadora um dia. Acho que temos que nos juntar, ter mais vereadoras trans”, salientou.
PSDB DE BASE
Vice-presidente nacional da Diversidade Tucana, Hosilene Lubacheski destacou a importância de frisar que, na política, LGBTs não falam apenas de pautas LGBT, além de desmistificar a visão errônea que muitos têm do PSDB como sendo um partido elitista.
“Toda a nossa base é quem leva o partido para frente. O PSDB é de base, é da rua. Muita gente se engana ao dizer que o PSDB é um partido elitista, conservador, que não olha para a pauta LGBT. O PSDB olha para a pauta LGBT, olha para a sociedade, para os segmentos, para os negros, para as mulheres. Temos que mostrar para as pessoas que o PSDB não é isso que elas pensam. Precisamos dar visibilidade para a mulher LBT”, completou a tucana.
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