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Vacina de Oxford neutraliza variante brasileira do coronavírus, diz estudo

Imunizante da Pfizer também
Cepa da África do Sul resiste

Um estudo publicado na segunda-feira (15/3) indica que tanto a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca quanto a desenvolvida pela Pfizer foram capazes de neutralizar a variante brasileira do coronavírus, conhecida como P.1. identificada no Amazonas.

A pesquisa, disponível no BioRxiv, foi realizada por pesquisadores de Oxford e da Fiocruz Amazônia.

Os cientistas analisaram amostras de soro de 25 pessoas que receberam a vacina de Oxford e de 25 que receberam a da Pfizer. Avaliaram 3 cenários: anticorpos induzidos pela vacina, anticorpos produzidos por quem já teve a doença e os chamados anticorpos monoclonais. Nos 2 primeiros, o resultado foi mais positivo.

Eis a íntegra do estudo, em inglês.

Houve perda de neutralização na comparação com as cepas mais comuns, mas o efeito das vacinas em relação à P.1. não ficou comprometido.

Também em relação à variante britânica do coronavírus, conhecida como B.1.1.17, as vacinas conseguiram neutralizar a cepa.

O estudo foi feito in vitro. Ainda faltam pesquisas para testar a eficácia das vacinas em seres humanos.

Mas estudos com humanos no Reino Unido já comprovaram que essa pequena perda no nível de anticorpos não compromete o efeito dessas vacinas.

Sue Ann Costa Clemens, coordenadora dos centros de pesquisa da vacina de Oxford no Brasil e uma das autoras do estudo, disse que a cepa brasileira e a cepa britânica se comportam de maneira parecida.

No caso da variante britânica, a taxa de eficácia da vacina caiu de 80% para 75%.

Na comparação com as cepas mais comuns, a neutralização da Pfizer contra a P.1 teve redução de 2,6 vezes. A da Oxford, de 2,9 vezes.

Os resultados representam desempenho parecido com o da variante britânica, mas diferente do observado com a variante da África do Sul, contra a qual as reduções foram de 7,6 (Pfizer) e 9 vezes (Oxford).

Os autores apontam que a P.1 é menos resistente aos anticorpos naturalmente adquiridos ou induzidos pela vacina que a sul-africana .

Com informações do Poder 360