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Ex-atleta Seiko Hashimoto é nomeada presidente do Comitê Organizador de Tóquio 2020

Ministra japonesa dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio, Seiko Hashimoto, foi nomeada presidente do Comitê Organizador de Tóquio 2020. Foto: Charly Triballeau / AFP Photo

Hashimoto ocupa a vaga de Yoshiro Mori, que renunciou após o escândalo causado por comentários sexistas.

A ministra japonesa dos Jogos Olímpicos, Seiko Hashimoto, foi nomeada nesta quinta-feira (18/2) presidente do Comitê Organizador de Tóquio 2020. Hashimoto ocupa a vaga de Yoshiro Mori, que renunciou após o escândalo causado por comentários sexistas.

“Não medirei esforços para o sucesso dos Jogos de Tóquio”, disse Hashimoto, uma ex-atleta olímpica de 56 anos, após sua nomeação, que ocorre cinco meses antes do início dos Jogos, adiada no ano passado devido à pandemia do coronavírus.

Yoshiro Mori renunciou ao cargo após a polêmica provocada por seus comentários sexistas na semana passada. “Minha declaração provocou muito caos”, admitiu.

Mori disse no dia 3 de fevereiro que mulheres “têm dificuldades” em ser concisas e “têm o espírito de competição”. “Se uma levanta a mão [para falar], as outras acham que também devem se expressar. É por isso que todas acabam falando”.

“Se você aumenta o número de membros executivos do sexo feminino, e se seu tempo de palavra não estiver limitado em certa medida, terão dificuldade para terminar, o que é irritante”, afirmou Mori, ao reclamar que “os conselhos de administração com muitas mulheres levam muito tempo”.

O chefe da Olimpíada ainda agradeceu porque, segundo ele, as mulheres do comitê organizador “sabem ficar em seu lugar”.

O presidente do comitê organizador dos Jogos, pediu desculpas no dia seguinte à sua própria declaração.

“As declarações vão contra o espírito dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, e, portanto, são “inapropriadas”, afirmou Mori em uma entrevista coletiva em Tóquio. “Gostaria de retirar tudo o que disse”.

Mori afirmou ao jornal Mainichi que falou “sem pensar” e que recebeu broncas da esposa e da filha. “Estava tentando dizer que questionava a opinião geral de que devemos aumentar o números de mulheres em cargos executivos, mas não queria menosprezar as mulheres”.

A Olimpíada de Tóquio foi adiada em um ano em 2020, devido à pandemia de Covid-19, e agora está prevista para ocorrer entre 23 de julho a 8 de agosto, mas muitos japoneses defendem o cancelamento dos Jogos. O comitê organizador informou que a Olimpíada vai ocorrer.

Com informações do G1