Acompanhe

PSDB-Mulher se prepara para nova realidade no campo eleitoral: campanhas virtuais

A meta do PSDB-Mulher para as eleições 2020 é bater recorde no número de prefeitas e vereadoras eleitas. Recentemente a presidente do PSDB-Mulher Nacional, Yeda Crusius, promoveu em parceria com o Instituto Konrad Adenauer (KAS) um curso de capacitação para 100 pré-candidatas. A intenção da presidente é, agora, promover mais rodadas de capacitação para o maior número de mulheres que irão participar da corrida eleitoral deste ano. Em entrevista ao programa 90 minutos, da rádio Bandeirantes de Porto Alegre, Yeda Crusius adiantou que está sendo finalizado um projeto de criação de uma plataforma do segmento feminino para auxiliar as candidatas virtualmente.

“Em tempos de pandemia, o mundo virtual se impôs e se faz necessário para o nosso dia a dia. Houve uma transformação radical e estou capacitando as mulheres e a mim mesma para viver nesse mundo virtual. Por isso, estamos criando a plataforma do PSDB-Mulher Nacional que garanta o que só nas eleições se faz. É um desafio monumental”, contou Yeda.

Em 2016, os brasileiros elegeram em primeiro turno 638 prefeitas e 7.803 vereadoras. Em termos proporcionais, representam apenas 11,5% e 13,4% do total de prefeitos e vereadores do país.

A presença de mulheres na política tem ganhado, nos últimos anos, um lugar privilegiado no debate público. Historicamente alijadas da vida política, as mulheres conquistaram o direito ao voto mais tardiamente do que os homens. A quantidade de mulheres no Poder Legislativo, no entanto, permanece significativamente menor em relação à de mulheres na sociedade.

Como forma de corrigir esse problema de sub-representatividade, o Brasil vem adotando uma série de regras eleitorais que visam a aumentar a quantidade de mulheres candidatas e eleitas em eleições proporcionais, isto é, aquelas para as casas legislativas (Câmara Municipal, Assembleia Estadual e Congresso Nacional). Uma luta que o PSDB-Mulher encampa desde a sua fundação, em 1998.

A presidente destaca a relevância destas mudanças na Legislação Eleitoral que, além de obrigar a candidatura de no mínimo 30% de mulheres, ganhou um plus com a determinação de que os partidos devem destinar pelo menos 30% dos recursos do Fundo Eleitoral para campanhas femininas.

“Em 2019, andei o país inteiro preparando o partido para que a gente continuasse a fazer a pequena revolução que fizemos em 2018. Com a revolução para todas as políticas do Brasil, após a decisão dos tribunais de destinarem 30% dos recursos para as mulheres. Isso deu uma chacoalhada nos partidos. Tanto é que aumentou muito o número de deputadas eleitas, seja estaduais ou federais, elegemos a nossa senadora Mara Gabrilli que tem feito a diferença com a pauta dela”, frisou.

Representatividade feminina

As eleições municipais deste ano terá como uma das principais mudanças esta destinação de 30% dos recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o Fundo Eleitoral, para financiar candidaturas femininas e o mesmo percentual em relação ao tempo destinado à propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV.

A vereadora de Vitória (ES) Neuzinha de Oliveira é pré-candidata a prefeitura da capital do Espírito Santo. A tucana destaca que as novas regras eleitorais contribuem para incentivar mulheres a ingressarem no cenário político como protagonistas de lutas e bandeiras.

“Essa mudança é um instrumento fundamental. Dá mais tranquilidade às mulheres para que entrem na disputa. E com certeza me incentivou muito a lançar minha pré-candidatura”, ressaltou.

A pré-candidata a prefeitura da capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, Luísa Barreto salienta que apesar das mulheres representarem mais da metade da população e exercerem papel fundamental no mercado de trabalho e na vida comunitária, enfrentam um enorme desafio de superar a sub-representatividade feminina na política e instâncias de poder.

“A mudança foi fundamental para ampliar sim essa participação. É um instrumento importante, mas também é insuficiente. A gente precisa ter candidaturas femininas bem estruturadas. A gente precisa que de fato os partidos deem mais abertura para as mulheres, como o PSDB vem fazendo, e que nos coloque não só para disputar candidaturas proporcionais, mas também candidaturas majoritárias. Sem isso, dificilmente vamos ter uma representatividade como a desejada”, destacou.

Eleição em tempos de pandemia

Pelo menos 57 eleições marcadas até o fim de 2020 foram adiados por causa do novo coronavírus. Ainda assim, houve votações em 24 países durante a pandemia. É o que apontam dados do levantamento da ONG Idea. Aqui no Brasil ainda não há decisão quanto o adiamento das eleições municipais. A decisão mais recente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi autorizar que as convenções partidárias sejam online. O presidente da Corte Eleitoral, ministro Luiz Roberto Barroso, já admitiu que as eleições podem ser adiadas para o fim do ano, mas ressaltou que esta será uma decisão política.

As pré-candidatas agora terão de se reinventar diante do novo cenário. E as campanhas, majoritariamente, terá de ser realizada por meio virtual. Luísa Barreto destacou o empenho do PSDB-Mulher para preparar as mulheres para esta nova realidade e disse está preparada para uma campanha virtual.

“É muito interessante esse projeto que o PSDB-Mulher traz para as candidatas femininas. Já me sinto preparada para atuar com campanhas pela internet, mas é uma adaptação. A gente gostaria muito de ir para as ruas, conversar com as pessoas, mas o momento é de respeitar a saúde”, salientou.

Já Neuzinha de Oliveira vê esse novo momento como um grande desafio.

“Quanto a mudança na rotina de fazer campanha online eu tô de cabelo em pé. Sou candidata de rua. Gostaria mesmo era de uma convenção presencial levar bateria de escola de samba, levar a população, até porque eu não vou disputar uma eleição com político já foi prefeito. Acho que será uma campanha chata. [risos]”, disse.