O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro a reagir à convocação de manifestação contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, prevista para o próximo dia 15 de março. Na avaliação de FHC, presidente de honra do PSDB Nacional, a convocação, compartilhada pelo presidente Jair Bolsonaro, tem potencial para deflagrar uma “crise institucional” grave no país.
FHC fez o alerta por meio das redes sociais: “A ser verdade, como parece, que o próprio PR [presidente da República] tuitou convocando uma manifestação contra o Congresso, a democracia, estamos com uma crise institucional de consequências gravíssimas. Calar seria concordar. Melhor gritar enquanto se tem voz, mesmo no Carnaval, com poucos ouvindo”.
Nota Oficial
Nesta quarta-feira (26) de cinzas, a bancada tucana na Câmara também reagiu. Em nota à imprensa, o líder do PSDB, deputado federal Carlos Sampaio (SP), destacou que a democracia se sustenta com a preservação das instituições e autonomia entre os Poderes.
“Como todos sabemos, a democracia se faz com a preservação das instituições, dos Poderes autônomos e da liberdade. Logo, o compartilhamento, em vídeo, conclamando para manifestação contra o Congresso Nacional, mesmo que em grupo de amigos, como alega o presidente Jair Bolsonaro, em nada contribui para a discussão de outras duas reformas – a administrativa e a tributária -, que dependem do Congresso e que são cruciais para o Brasil. O momento é de diálogo entre os Poderes e não de ações que tumultuam o ambiente político. Aprovamos a reforma da Previdência num clima de equilíbrio e de bom senso, que deve ser o mesmo a nortear os próximos passos da relação do Governo com o Congresso”, salientou o líder tucano.
Inaceitável
Pelas redes sociais, a deputada Shéridan Oliveira (RR) classificou como “inaceitável” a convocação de uma manifestação contra o Congresso Nacional no próximo dia 15.
“Mais um episódio de ataque às instituições. Não dá para acreditar! País nenhum cresce, se desenvolve, gera empregos e atende os mais vulneráveis com instabilidade institucional. É preciso compromisso com a Constituição. Parafraseando o ministro Celso de Melo [do Supremo Tribunal Federal]: ‘Poder muito não é poder tudo’”, afirmou a tucana.
Em seguida, Shéridan acrescentou que: “É inaceitável qualquer gesto que incite a desconstrução de nossos princípios democráticos. A gente observa, tenta ao máximo entender o sentido de determinadas publicações e falas. Porém, diante de algo tão grave, não se posicionar é consentir com mais uma afronta à democracia. Lamentável”.