A presidente do PSDB-Mulher de Santa Catarina, Luzia Coppi Mathias, em nome do segmento, divulgou nota de repúdio contra o deputado estadual catarinense Jessé Lopes (PSL), que criticou a ação do coletivo feminista “Não é Não!”. O movimento atuará em Florianópolis, no próximo Carnaval, Jessé disse que o assédio “massageia o ego”.
O deputado afirmou, ainda, que ser assediada é um “direito” da mulher, e que ações de combate são “inveja de mulheres frustradas por não serem assediadas nem em frente a uma construção civil”. O parlamentar usou as redes sociais para se manifestar.
Nota
Em nota (a íntegra está abaixo), o PSDB-Mulher de Santa Catarina lamentou a reação do deputado estadual. “As declarações do deputado confundem a opinião popular a respeito de coletivos como o movimento “Não é Não”, além de ofender e desrespeitar as mulheres que sofreram violência verbal, física ou moral”, diz o texto.
A nota lembra ainda que pesquisa Datafolha, de 2017, mostra que 15% das mulheres brasileiras sofreram assédio sexual no local de trabalho e 4 em cada 10 viveram situações de assédio, especialmente no transporte público.
“O assédio sexual atinge violentamente e é , sobretudo, inaceitável, de forma que ultrapassa os limites dos direitos das mulheres e deve ser afastado mediante políticas públicas de conscientização”, encerra a nota.
Carnaval
Durante o Carnaval, o coletivo feminista pretende distribuir tatuagens temporárias com um recado simples, mas bastante claro: “Não é Não!”. A ideia é combater as situações de assédio a que mulheres estão expostas. O grupo está em busca de recursos, com ajuda de doações, até o dia 16 de janeiro, por meio de uma plataforma online.
Em entrevista à imprensa, o deputado estadual Jessé Lopes disse ter feito as declarações porque mulheres feministas dão “sentido errado e extremista” ao assédio. Em relação à internauta, afirmou que quis “mostrar que estava certo”. A conversa ocorreu por meio de mensagens no celular.
*Com informações da coluna de Dagmara Sapautz.