Notícias

Diretora-gerente do FMI diz que desigualdade de gênero impede prosperidade

Foto: Manifestação no Rio de Janeiro/ Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, disse que é impossível pensar em prosperidade dos países, se houver desigualdade de gênero. “Ainda não chegamos lá”, afirmou. Por que falar da diferença entre homens e mulheres? Ela respondeu: “Porque não é só uma coisa boa a se fazer, é também fantástico para se obter melhores resultados”.

Segunda mulher a ocupar o posto mais alto do Fundo, Georgieva mostrou que, assim como sua antecessora, Christine Lagarde, vai manter a igualdade de gênero como uma de suas principais plataformas e se declarou uma ativista “implacável”.

“Bem-vindos ao encontro anual. Não é por acaso que a primeira discussão em que entro é sobre esse assunto”, afirmou

Às mulheres na plateia, pediu: “Nunca aceitem receber menos que seu colega homem para o mesmo trabalho. Nunca”. Aos homens, pediu que deixem de olhar mulheres de cima para baixo e trabalhem com elas pela redução da desigualdade.

“Não há forma de qualquer sociedade prosperar sem contar com o talento de todo seu povo, homens e mulheres. É muito simples: se você ignorar parte das suas capacidades vai com certeza ficar aquém em termos de conquistas econômicas”, afirmou.

Para sanar a desigualdade de gênero, ela disse que é preciso não só ter vontade política, mas ir além da discussão e tomar passos concretos. Ela citou, por exemplo, a dificuldade de mulheres na Índia estudarem por falta de segurança. “É um problema que pode ser resolvido.

Em 56 minutos, Georgieva citou dados e pesquisas indicando que empresas são mais lucrativas com mulheres no comando e governos menos corruptos com participação de mulheres na administração, mas também sobre a realidade de uma igualdade de gênero ainda distante.

“No FMI, somos 25% mulheres nas posições mais altas. Vocês acham que é como deveria ser? Eu estou perguntando aos homens”, disse, sem continuar até que um homem da plateia respondesse “não”.

*Com informações do jornal O Estado de S. Paulo.