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Público feminino garante audiência da NFL ao redor do mundo

A temporada do Super Bowl 53, liga de futebol americano dos EUA, foi marcado pelo protagonismo feminino. Dois fatos históricos ajudaram a pavimentar a participação feminina em um esporte ainda muito voltado para os homens. Em setembro do ano passado, a Amazon inovou em seu serviço de streaming ao fazer a primeira transmissão com um time 100% formado por mulheres. Andrea Kremer e Hannah Storm foram responsáveis por comandar a narração da partida entre Minnesota Vikings e Los Angeles Rams nos EUA.

Dentro de campo, outra quebra de paradigma. Sarah Thomas se tornou a primeira mulher a fazer parte da equipe de arbitragem (formada por sete árbitros) em um jogo de pós-temporada da liga norte-americana de futebol americano.

A NFL acredita que 45% de sua base de fãs seja formada pelo público feminino. Quase metade. Até por isso, a liga informa estar tentando entender melhor o comportamento desta grande parcela de ‘clientes’ para melhorar a experiência deles de acompanhar os jogos, seja no estádio ou pela TV.

O mercado publicitário deixou de lado campanhas com apelo sexual, explorando o corpo feminino, e passou a tratar mulheres como potenciais consumidoras. Nesta temporada, segundo dados da ESPN, detentora dos direitos de transmissão da NFL no Brasil, mais de 1 milhão de mulheres com TV paga acompanharam as transmissões ao vivo dos jogos da liga no País, crescimento de 18% em comparação à edição anterior.

A emissora, não por acaso, também conta com uma mulher como comentarista. Paula Ivoglo teve o primeiro contato com o esporte em 2007, no que considera ‘amor à primeira vista’. Mas foi apenas em 2016 que decidiu apostar na modalidade.

“Depois de sair do meu emprego e passar um ano em período sabático, resolvi criar o site NFL de Bolsa, que, a princípio, seria focado no público feminino”, diz a engenheira de sistemas.

Sites e páginas nas redes sociais feitos por mulheres ajudam a dar voz para elas. O pioneiro deles é o NFL Luluzinha Club, criado em 2013 e produzido atualmente por 27 colaboradoras. “Embora seja um site feito por mulheres, não é dedicado exclusivamente ao público feminino. Tratamos muito de técnica e tática”, explica Cassia Pires, uma das apoiadoras do projeto. Em relação à audiência no site, o NFL Luluzinha tem seu público formado por 75% de homens.

“Acho que a grande vantagem da NFL no Brasil é que ela não tem território, diferentemente do nosso futebol, que era um território extremamente masculino, os homens tomaram conta e hoje eles acham que as mulheres não têm de estar lá. Mas no futebol americano, como é relativamente recente no Brasil, as mulheres conseguiram ‘abocanhar’, conquistaram o espaço junto”, analisa Cassia. “Por isso, eu acho que o preconceito com as mulheres na NFL, no Brasil, é menor do que, por exemplo, no futebol.”

Com informações do jornal O Estado de São Paulo