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Pesquisa revela que 3 em cada 10 mulheres mortas já haviam sofrido agressões

Estudo inédito do Ministério da Saúde obtido pelo Estadão revelou que 3 em cada 10 mulheres mortas por violência já haviam sido agredidas frequentemente. Os resultados são com base no cruzamento de registros de mortes e atendimentos na rede pública entre 2011 e 2016, que comparou o risco de morte entre mulheres que procuraram em algum momento serviços de saúde por causa de agressões e entre aquelas que não tinham histórico. As diferenças foram relevantes e destacam as consequências da violência frequente.
A vereadora Anny Espinola, presidente do PSDB-Mulher de Ponta Porã, é autora de vários projetos em defesa da mulher na sua região. Ela destaca a importância de continuar falando sobre o tema.
“Sabemos que o tema não é novo, mas nós precisamos sensibilizar, conscientizar, lembrar os meios para produzir indicativos que nos permitam avaliar se as leis estão sendo cumpridas. A violência contra mulher no Brasil é um problema muito sério, precisamos mostrar a necessidade de erradicar essa violência e divulgar os mecanismos legais existentes para coibir”, defendeu ela.
No total 6.393 mortes foram reunidos pelo ministério. Em 2016, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Instituto Datafolha fizeram um estudo que mostrava que 4,4 milhões de mulheres que já haviam sido vítimas de agressão física no Brasil. Cerca de 29% delas relataram ter sofrido algum tipo de violência nos 12 meses anteriores.  Dados que mostram um problema que permanece.
“Nós devemos encorajar a mulher a no primeiro indício, de agressão verbal, psicológica a procurar ajuda sim. Embora nós saibamos que mesmo com medida protetiva o agressor invade, é melhor pedir socorro, registrar, fazer uma ocorrência do que acontecer essa morte silenciosa”, defendeu Anny.
Reportagem Karine Santos, estagiária sob supervisão