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Maioria das vagas não preenchidas no Mais Médicos estão no Amazonas

Foto: EBC

O Ministério da Saúde divulgou na segunda-feira (10) um balanço sobre a ocupação das vagas do programa Mais Médicos. 98,7% das 8.517 vagas foram preenchidas. As 106 vagas restantes que irão para próxima etapa de convocação estão em 29 locais. A grande maioria, 86 delas, estão no Estado do Amazonas, as outras 20 são no Pará e Amapá. Das vagas não preenchidas, 63 estão em distritos sanitários especiais indígenas.

“Um dos fatores que dificulta o preenchimento dessas vagas é pela condição de isolamento que algumas áreas se apresentam. Pesa muito, depois também tem a questão cultural. O respeito ao sincretismo religioso, a linguagem que dificulta a comunicação”, acredita Cecília Otto, Primeira Tesoureira da Executiva Nacional do PSDB-Mulher, representante do partido no Amazonas.

A tucana defende que, assim como na área jurídica, médicos deveriam ter a obrigação de ficar um período em áreas de maior necessidade.

“Você passou no concurso para juiz aí tem que ficar um período na Comarca de um município. Do mesmo jeito devia acontecer essa situação junto à questão médica. As residências podem ser feitas para as especializações, mas elas precisam também ser feitas nas áreas onde mais acontece a necessidade de atendimento.”

De acordo com o Ministério da Saúde, 4.508 (53%) dos médicos com registro no Brasil inscritos já se apresentaram ou iniciaram atividade.  O restante dos profissionais têm até hoje (14) para se apresentarem nos municípios. Um novo balanço com informações das vagas ainda disponíveis, incluindo de desistentes será divulgado na próxima segunda (17). A partir daí novas chamadas serão feitas até que o quadro de vagas se complete, a próxima será nos dias 18 e 19.

“É muito complicado para um médico abrir mão de tudo, abrir mão da sua relação familiar, dos seus vínculos afetivos de amizade para ir para dentro de áreas onde acontece aquele isolamento geográfico muito forte, então isso pesa muito aqui no Amazonas,” afirma Cecília.

A Presidente do PSDB-Mulher da Paraíba, Iraê Lucena, considera o panorama geral do preenchimento das vagas positivo e acredita que as restantes serão preenchidas . “Esse balanço é bastante positivo, minha avaliação é bastante positiva e acredito que daqui algumas semanas as vagas vão ser preenchidas rapidamente. Eu acredito que essas cidades mais distantes, mais carentes não vão ficar desassistidas e estão sendo preenchidas pelos médicos que estão migrando de alguns municípios.”

A bolsa-formação que os profissionais do Mais médicos recebem é no valor de R$ 11,8 mil reajustada anualmente. Além dela, recebem ajuda de custo inicial de R$10 mil e R$ 35 mil para se deslocarem ao município de trabalho. Também recebem moradia e alimentação pagas pelas prefeituras.

Em novembro o Brasil rompeu o acordo de cooperação dos Mais Médicos com Cuba, devido discordâncias com o Presidente eleito, Jair Bolsonaro. Com o rompimento foram abertas mais de 8,5 mil vagas.

Reportagem Karine Santos, estagiária sob supervisão