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Solange Jurema acredita em mudança de postura da nova ministra das mulheres durante mandato

A presidente de honra do PSDB-Mulher e ex-ministra das causas femininas durante o governo FHC, Solange Jurema (AL), comentou a confirmação do nome da advogada e pastora  Damares Alves para assumir o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. O nome foi anunciado na semana passada pelo ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), confirmado para a Casa Civil. Assessora do senador Magno Malta (PR-ES), Damares comandará a pasta que será criada no governo de Jair Bolsonaro, a partir de janeiro.

Para Solange Jurema, apesar de Damares já ter dado declaração polêmicas sobre o direito das mulheres, igualdade de gênero e aborto é preciso dar um voto de confiança para anova ministra. “Nós temos que acreditar que ela saberá comandar a pasta. O discurso dela na semana passada já me parece melhor do que os que ela defendia no passado. Vamos ter esperança que ela possa ouvir as mulheres que historicamente lutaram pelos direitos das mulheres e que ela possa de alguma forma contribuir”, disse.

A tucana acredita que possa acontecer uma mudança de postura a partir do momento em que a nova ministra começar a viver a realidade da pauta feminina no Brasil. “Muitas vezes a pessoa quando chega ao cargo acha que é uma coisa e quando ela se cerca do cotidiano das pessoas do movimento feminista, que provavelmente vão tentar levar para ela os conceitos e o porquê das nossas reivindicações, a pessoa passa enxergar de uma outra forma. Vamos dar esse crédito a ela e que ela possa repensar algumas declarações infelizes que ela já deu”, acrescentou.

Apoiada por setores evangélicos, Damares Alves, que também é pastora, afirmou que terá como prioridade as políticas públicas para mulheres. Segunda ela, o objetivo é avançar nas metas que ainda não foram alcançadas e propôs um pacto nacional pela infância.

Segundo a pastora, a prioridade será para a “mulher ribeirinha, a mulher pescadora, a mulher catadora de siri, a quebradora de coco”. “Essas mulheres que estão anônimas e invisíveis, elas virão para o protagonismo nessa pasta. Na questão da infância, vamos dar uma atenção especial, porque está vindo para a pasta também a Secretaria da Infância, e o objetivo é propor para a Nação um grande impacto pela infância, um pacto de verdade pela infância”, afirmou.

Solange Jurema não é a favor da aglutinação de temas tão distintos como a questão dos índios, das mulheres e dos Direitos Humanos em um único ministério, mas considerou uma vitória a manutenção de uma pasta específica para as brasileiras. “Corríamos o risco de não termos um órgão governamental para cuidar dos direitos das mulheres. Agora precisamos monitorar e acompanhar de perto o trabalho que será feito e desejar sorte para a nova ministra e para as mulheres do país”, concluiu.

Reportagem Tainã Gomes de Matos