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Moema São Thiago defende o respeito à Constituição independente de quem governa o país

Foto: Divulgação

A tucana Moema São Thiago (CE) está entre os 487 deputados constituintes que contribuíram para a criação da Constituição Federal brasileira, promulgada em 5 de outubro de 1988, e que completou 30 anos este ano. Principal símbolo do processo de redemocratização nacional, a Carta Magna representou para a sociedade brasileira a liberdade de pensamento após longos anos de ditadura militar.

Moema elogiou os discursos ocorridos durante a sessão solene no Congresso Nacional em homenagem a Constituição, nessa terça-feira (6). “Foi uma grata surpresa ver o presidente eleito, desde o primeiro pronunciamento, dizer que vai seguir a Constituição. Isso para mim é um avanço democrático”, disse.

Para a deputada constituinte, a menção ao respeito à Carta Magna significa um “alívio” diante dos diversos discursos proferidos por Bolsonaro que deram a entender que poderiam acontecer abusos de poder do Estado e cerceamento de direitos já conquistados pela democracia.

“Temos que dar um tempo, mergulhar e esperar. Acho que vamos ter boas surpresas. Ele [Bolsonaro] não é burro e sabe que desrespeitar a Constituição acarretará em graves consequências. A nossa carta magna deve ser respeitada em primeiro lugar sempre”, completou.

Com importante trajetória no cenário político brasileiro, Moema foi eleita aos 40 anos, esteve em 91% das votações que moldaram o texto da “Constituição Cidadã”. A tucana destacou ainda a união das mulheres de forma suprapartidária que conseguiram fazer uma Constituição mais participativa, democrática e superar a decepção da sociedade frustrada pela rejeição da emenda das Diretas.

“Foi por meio da Constituição de 1988 que as mulheres puderam contar com polícias voltadas para a igualdade de gênero. Se não fosse a unidade das mulheres em discutir e entender que essa questão das bandeiras femininas perpassavam todos os partidos, que tinha que ser enfrentada em conjunto, nós não teríamos os avanços que tivemos”, recordou.

Moema ressaltou que a Constituição de 88  garantiu o direito de creche, a participação das mulheres nos direitos sociais, nos direitos políticos, a questão do direito da mulher presidiária, entre outros. “Não podemos baixar a guarda e nem deixar de cuidar para que os direitos das mulheres continuem sendo sempre respeitados. Temos que continuar lutando pelo aumento da representatividade e pela igualdade de gênero que ainda estão muito longe de serem uma realidade no nosso país”, concluiu.

Reportagem Tainã Gomes de Matos