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Combate a fake news deve ir além das eleições, dizem especialistas

Foto: EBC

As redes sociais tomaram espaço nas eleições deste ano como protagonistas da desinformação. O consórcio de 24 veículos brasileiros, Projeto Comprova, examinou boatos disseminados em cerca de dois meses de eleição. 91,8% das 147 informações analisadas foram identificadas como falsas.

A diretora do First Draft, organização internacional que deu origem ao Comprova, Claire Wardle, que já trabalhou com o assunto nas eleições presidenciais da França, se surpreendeu com a quantidade de notícias falsas no Brasil. “Minha impressão é que, definitivamente, havia mais desinformação no cenário brasileiro. Na França, recebemos 660 mensagens do público em nosso site e no Brasil foram 67 mil mensagens no WhatsApp”, afirmou.

O diretor do IT&E (Instituto Tecnologia e Equidade), uma organização que desenvolve projetos na área de tecnologia, Ariel Kogan, disse que as mídias sociais catalisaram o processo de desinformação, mas não se sabe qual o impacto. “Ninguém pode afirmar que o novo presidente foi eleito por desinformação”, destaca.

Para Ariel, as ‘fake news’ não terminam com as eleições. Ele ressalta que agora o principal desafio para jornalistas será identificar os boatos que circulam no WhatsApp e disseminar conteúdo de qualidade dentro da plataforma. A participação do público é primordial para que isso aconteça.

Além de iniciativas como o Comprova, Ariel destaca que é imprescindível a educação quanto ao uso das novas mídias. “As pessoas não podem criar, consumir e disseminar desinformação”, afirma.

*Com informações do Correio Braziliense