Cerca de 27 milhões de mulheres brasileiras não tem acesso a saneamento básico. Isso impacta diretamente a saúde, o acesso à educação, à renda e contribui para as desigualdades de gênero. Essa é a conclusão do estudo feito pelo Instituto Trata Brasil em parceria com a BRK Ambiental e apoio do Pacto Global, conduzida pela Ex Ante Consultoria, com base em dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e dos ministérios da Saúde, da Educação e de Cidades: ‘O saneamento e a Vida da Mulher Brasileira’.
A falta de saneamento básico também tem reflexos no desempenho estudantil. Meninas que não tem acesso a banheiro tem, em média, 46 pontos a menos que outros estudantes brasileiros no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
As mulheres se afastam mais do trabalho que os homens devido a doenças causadas pela falta de saneamento, como a diarreia. Elas faltam cerca de 3,5 dias por ano do trabalho ou da escola por esse motivo. A pesquisa mostra que a renda dessas mulheres aumentaria R$ 321,03 ao ano se elas tivessem acesso ao saneamento, o que levaria um ganho total de mais de R$ 12 bilhões ao ano à economia do país.
As regiões Norte e Nordeste são as que mais sofrem com o problema: 67,3% da população do Norte não tem coleta adequada de esgoto e só 53,2 das mulheres do Norte e Nordeste tem abastecimento regular de água. Os índices são melhores na região Sudeste, porém mais de 2 milhões de mulheres em São Paulo, 2,1 milhões no Rio de Janeiro e 1,5 milhão em Minas Gerais não tem água na torneira de forma frequente.
*Com informações da Agência Brasil