No dia 15 de outubro foi comemorado o Dia Internacional das Mulheres Rurais, data instituída pela ONU em reconhecimento e valorização ao papel delas no campo. No mesmo dia, foi divulgado um estudo mostrando que 66% das mulheres que trabalham em zonas rurais dizem existir discriminação de gênero no agronegócio. No Brasil, esse percentual é a maior do que média mundial e chega a 78%. A pesquisa ainda revelou que elas ganham 50% menos que os homens.
A deputada federal Conceição Sampaio (AM) afirma que é necessária uma mudança cultural: “Essa ainda é a realidade do Brasil. Ainda que se lute tanto, parece que precisaremos de mais tempo pela frente para uma mudança cultural. Ainda que as mulheres representem grande parte da mão de obra rural, ainda ganham menos, tem menos acesso a financiamento e a tecnologia”.
A pesquisa foi realizada a pedido da Corteva Agriscience, em 17 países. Foram ouvidas 4.157 produtoras rurais em cinco continentes diferentes, sendo 433 brasileiras. A despeito dessas estatísticas desfavoráveis, 63% das brasileiras alegaram que hoje há menos discriminação que há dez anos. Cerca de 90% delas sentem orgulho de serem trabalhadoras rurais ou da indústria agrícola.
Para a deputada amazonense, ainda há um longo caminho a ser percorrido. “O mercado de trabalho brasileiro mostra que as mulheres, de um modo geral, ainda têm um longo caminho a percorrer para obter o mesmo reconhecimento e direitos que os homens. Claro que reconhecemos que tivemos algum avanço, mas tudo ainda muito tímido, precisamos continuar lutando em busca não de privilégio, mas, igualdade”, defendeu.
Reportagem Karine Santos, estagiária sob supervisão