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Investimento em transporte é medida primordial para o desenvolvimento

O reordenamento do setor de transporte deve ser pauta prioritária no Congresso Nacional e primordial para o próximo presidente, acreditam parlamentares do PSDB. Os obstáculos a serem vencidos são gigantescos em todos os modais de transporte. De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Transporte (CNT), o Brasil necessita de mais de R$ 1 trilhão de investimentos e milhares de projetos para modernizar a infraestrutura logística.

Na avaliação de parlamentares do PSDB, o desenvolvimento do país está ligado a investimentos e modernização dos transportes. “O investimento em infraestrutura de transporte é fundamental para o desenvolvimento do país, seja no modal ferroviário, portuário, aeroviário ou rodoviário”, disse o deputado Raimundo Gomes de Matos (CE).

Ele destaca o número de obras paralisadas desde o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), iniciado pelo governo petista. Segundo o deputado cearense, são centenas de obras paradas, entre elas a Transnordestina – ferrovia projetada para ligar o porto de Pecém, no Ceará, ao porto de Suape, em Pernambuco, com extensão total de 1.753 quilômetros.

 

“O novo governo deve dar prioridade para retomar essas obras e com elas criar emprego e renda”, afirmou Gomes de Matos. Ele reforça ainda a importância de diversificar o sistema de transporte, hoje praticamente centralizado no rodoviário.

A solução para os gargalos do transporte será o principal desafio para os próximos governantes. Sem dinheiro para investir e com recursos cada vez mais minguados, a demanda continuará a crescer. Segundo a CNT, em 2014 o país precisava de 2.045 projetos e R$ 987 bilhões em investimentos, números que saltaram para 2.663 projetos e R$ 1,7 trilhão em 2018.

Escoar a produção

A falta de infraestrutura de transporte impede o desenvolvimento de todas as regiões. Para a deputada Conceição Sampaio (AM), há diferentes “brasis” dentro do Brasil. Ela cita como exemplo o modelo de desenvolvimento adotado pelo estado do Amazonas, centrado na Zona Franca de Manaus (ZFM).

“A Zona Franca produz para o mercado nacional, mas em função da falta de logística não temos como escoar a produção”, afirma a tucana. Um celular produzido na ZFM, por exemplo, não tem como competir com aqueles produzidos na China. “O preço do produto chinês será menor e o consumidor vai apostar no menor preço”, disse.

Na avaliação da deputada amazonense, se não houver investimento pesado em infraestrutura o Brasil se tornará apequenado, sem condições de mudar a sua própria realidade econômica. Outro agravante é a falta de manutenção do parque atual de infraestrutura, que se deteriora ano a ano.

A BR-319 (que liga Manaus ao resto do país, via Porto Velho, em Rondônia), uma antiga reivindicação dos estados do Norte, foi aberta há 40 anos e até hoje existem cerca de 400 quilômetros esburacados. Para Conceição Sampaio, a grande questão é como sair dessa crise sem um governo que dê a mesma importância a todas as regiões.

“Hoje a logística que temos não nos torna competitivos”, afirma. Embora a ZFM tenha garantia constitucional de permanecer por muitos anos, a falta de competitividade impede o desenvolvimento regional.

“Se não fizermos esses investimentos hoje, não haverá interesse internacional de investimento”, completou a deputada.

*Do PSDB na Câmara