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Nordeste é o estado que mais sofre com falta de perspectiva de emprego

O número de pessoas que desistiram de procurar trabalho por não acreditar que achariam um, denominados desalentados, tem um grupo de destaque: mulheres nordestinas entre 25 e 49 anos. Os dados são de um levantamento feito, pela Consultoria LCA com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, do segundo trimestre.

A presidente do PSDB-Mulher do Ceará, Sheila Regina acredita que esse processo é um problema antigo. “Antigamente as mulheres estudavam menos, eram domésticas ou trabalhadoras rurais, principalmente aqui no Nordeste.”

Ela também fala que a condição do Nordeste se difere de outras regiões brasileiras. “Se o Brasil está numa saúde difícil, a pior é no Nordeste, se é uma seca é no Nordeste, se há êxodo rural, o maior é no Nordeste. Só sabe a vida do Nordeste quem mora no Nordeste.”

Desde o início da pesquisa, o desalento chegou ao seu maior número. Do total, 36% são brasileiros de até 25 anos. Bruno Ottoni do FGV/Ibre e do Idados declara. “O desalento está relacionado à saída da recessão, que tem sido mais lenta do que se imaginava.”

No Nordeste a situação é mais crítica, 60% dos brasileiros desalentados são de lá, cerca de 2,91 milhões. Sheila diz que o problema do Nordeste já começa pela sua posição geográfica.

” No Nordeste a gente nota a falta de oportunidade, falta de emprego, o que faz com que nordestinos tenham que sair daqui para outros estados. A gente sofre aqui primeiro pela área geográfica. Você já pensou morar num local seis anos sem chuva? É o que a gente passa aqui. É todo mundo correndo atrás de um poço. Nosso sofrimento aqui é grande desde a área geográfica até a condição de vida que tudo dificulta, ” completa.

*Com informações do ISTOÉ