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Cresceu o número de mães com mais de 50 anos

O número total de mães com mais de 50 anos passou de 261 para 358 no ano passado. Cresceu 37% entre 2007 e 2016, média de quase um nascimento por dia. O presidente da Câmara Técnica de Reprodução Assistida do Conselho Federal de Medicina (CFM) José Hiran Gallo, diz que apesar do número parecer pequeno, demonstra tendência de crescimento pela busca da maternidade tardia.

Os processos de reprodução assistida para mulheres com mais de 50 chegou a ser proibido por um breve período, mas o avanço de demanda fez a suspensão ser vetada em 2015. Galo explica que a resolução teve sempre como foco preservar a saúde da mulher e não prejudicar. “Fomos percebendo que as mulheres estão cada vez mais saudáveis e vivendo por mais tempo. Por que tirar delas a chance de serem mães? ”.

A maior dificuldade enfrentadas após os 50 anos para uma gestação é a qualidade do óvulo, que piora com o envelhecimento. Além disso, a menopausa faz parar a produção deles, o que diminui as chances de uma gravidez natural. Diante disso, as opções existentes são congelar óvulos quando estiver mais jovem ou conseguir uma ovodoação de uma doadora mais jovem com características físicas semelhantes.

O útero não envelhece na mesma velocidade que os óvulos, o que torna maior a chance de gravidez, que chegam a 60%. É o que esclarece o especialista em reprodução humana Alfonso Araújo Massaguer, “Se a mulher recorrer à ovodoação, por exemplo, os riscos de abortamento e síndrome de Down são baixíssimos, mas ainda há os riscos relacionados ao final da gravidez, como diabete, hipertensão e parto prematuro”, ressalta.

Vânia Aparecida de Souza, de 52 anos, avó e mãe de dois filhos, decidiu com marido atual, Jeovan Souza, de 48 que iriam ser pais juntos. Tentou a reprodução assistida. Na primeira tentativa teve gêmeos. Jeovan Isaque e Sara Raquel, que tem hoje 2 anos e 3 meses.  “Cuido e brinco com eles, confesso que não tenho o mesmo pique de anos atrás, mas, mesmo assim, não tenho nenhum arrependimento. Quando perguntam se sou avó das crianças, respondo que sou a mãe e pronto. Não me abala. ”, diz.

O CMF pede que as mulheres que têm o desejo de fazer uma reprodução assistida assinem um termo de consentimento, em que se declaram cientes dos riscos que elas correm de sofrer maiores problemas na gravidez.  “A melhor idade para engravidar é entre 17 e 25 anos, mas sabemos que isso ocorre cada vez menos. Uma gravidez natural após os 50 anos é raríssima e improvável. Por isso, existem as técnicas de reprodução assistida”, esclarece o órgão.

*Com informações do ISTOÉ