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Campanha de vacinação contra pólio e sarampo ainda não atingiu a meta e causa preocupação

Os postos de saúde de todo o Brasil promoveram no último sábado (18) o dia D de vacinação contra o sarampo e a poliomielite. A campanha de vacinação neste ano foi intensificada devido a dois surtos de sarampo ativos no país: no Amazonas e em Roraima. Desde fevereiro foram registrados 1237 casos de sarampo confirmados e 5731 estão em investigação. A maioria dos casos ocorrem nestes dois estados.

“Os pais têm que ser responsáveis pela vida dos filhos e pela vida dos que estão ao seu redor”, diz Luciana Loureiro, assessora jurídica do PSDB-Mulher.

Luciana, que é mãe de Bento Loureiro de dois anos e oito meses,  defende a participação das escolas no processo de conscientização. “A gente pode ter ajuda das próprias escolas. Meu bebê foi para a escola agora e um dos documentos que eles pedem para nós é exatamente a carteirinha de vacinação que é para verificar se está tudo certo.  Então eu acho que todas as escolas deveriam fazer isso, não só as privadas, como as do estado.”

A campanha teve início no dia 06 e segue até dia 31 de agosto. Crianças com idade entre 1 e 5 anos incompletos, inclusive as que já foram vacinadas, precisam tomar a vacina como forma de prevenção. Segundo novo balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, somente 40% das crianças foram vacinadas. Número abaixo da meta, que era de 60%  após o dia D.

Luciana destaca que a disseminação de notícias falsas têm contribuído para esta baixa adesão.

“Com o advento das redes sociais, tenho visto aquele movimento de pessoas que falam que a vacina faz mal. O pessoal espalha muitas notícias falsas, repetidas tantas vezes, que acaba virando verdade para muita gente.E aqueles pais com menos instrução acabam entrando nessa onda, que não precisa vacinar as crianças.”

Cecília Otto, primeira tesoureira  da Executiva Nacional do PSDB-Mulher e Vice-Presidente do PSDB-Mulher do Amazonas aponta a imigração como principal causa para esse surto das doenças na região. “Tem a questão da falta de acompanhamento da família, mas nós também estamos tendo uma onda de imigração do Haiti, e principalmente, da Venezuela que vem justamente pelo país que não tem a mínima estrutura de saúde.”, afirmou.

Desde 1990, o Brasil não registra casos de paralisia infantil e há menos de dois anos o país recebeu um certificado da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) de eliminação do sarampo.

Cecília diz que é uma situação que preocupa. “Depois de termos sido referência mundial por erradicar a pólio, aí você vê casos de pólio acontecerem. Então isso realmente é uma situação que nos preocupa. Já tivemos óbitos de crianças aqui do Amazonas, registrado e acompanhado pela Secretaria de Saúde. ´Pelo menos uma delas morava numa área ribeirinha, com estrutura mínima sanitária e isso também desfavorece o processo.”

*Com informações da Folha de São Paulo