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Tucana cobra providências sobre crianças brasileiras em abrigos nos EUA

Foto: Divulgação

A vice-presidente do PSDB-Mulher de Mato Grosso do Sul, Eliana Rodrigues, cobrou providências do governo brasileiro em relação às crianças brasileiras que foram separadas de seus pais nos Estados Unidos. Ao todo, 49 filhos de brasileiros foram separados de suas famílias ao ingressarem ilegalmente no país, segundo dados do governo americano. A informação é do cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Santarosa.

A separação de famílias na fronteira é resultado da nova política de “tolerância zero” adotada pelo governo de Donald Trump para desencorajar novos grupos a entrarem no país. Em seis semanas, mais de 2 mil crianças foram separadas dos pais e levadas para abrigos.

“Isso é um absurdo! Nós precisamos tomar uma providência com urgência. Não acredito que esta seja a melhor maneira de lidar com as questões dos refugiados. O mundo tem que se unir em favor dessas pessoas que estão sofrendo longe de suas famílias”, disse a tucana.

De acordo com Santarosa, não há detalhes sobre a idade das crianças nem se saber ainda em que cidade estão abrigadas. O comunicado do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos informa somente o nome do abrigo, sem especificar sequer o endereço. Os diplomatas brasileiros estão pesquisando onde estão essas instituições para fazer um contato inicial.

Eliana Rodrigues defende uma ação humanitária em relação aos refugiados e acredita que é possível resolver o problema pacificamente. “Os refugiados são seres humanos que procuram em outros países o que não encontram nos seus. Não podemos oferecer tratamento desumano para pessoas que são semelhantes a nós. É preciso políticas públicas que abordem a questão de forma digna”, afirmou.

Em nota, o Itamaraty afirmou na última quarta-feira (20) que governo brasileiro acompanha “com muita preocupação” o aumento de casos de menores brasileiros separados de seus pais ou responsáveis que se encontram sob custódia em abrigos nos EUA, o que configura “uma prática cruel e em clara dissonância com instrumentos internacionais de proteção aos direitos da criança”.

Segundo o comunicado, o Ministério das Relações Exteriores orientou os consulados do Brasil nos EUA a reforçarem as medidas que já vêm sendo adotadas nos últimos anos para a proteção consular aos menores brasileiros, entre elas o mapeamento de todos os abrigos no país para a identificação de novos casos.

Santarosa afirma que o governo brasileiro não tem como pedir a libertação dos pais e das crianças que imigraram ilegalmente para os Estados Unidos. “É como se você imaginasse que o governo americano chegasse no Brasil e pedisse para soltar um preso americano, não dá”, afirmou o cônsul em entrevista à EBC .

De acordo com o jornal “The New York Times”, a ordem executiva de Trump buscará contornar um acordo judicial mediado pela Suprema Corte em 1997, chamada de Acordo Flores, que proíbe o governo federal de manter crianças em centros de detenção migratórios por mais de 20 dias, mesmo que acompanhadas dos pais. Nos governos anteriores, famílias eram liberadas ou deportadas quando esse prazo era ultrapassado.