Em meio aos debates sobre identidade de gênero, o PSDB-Mulher de Alagoas apostará na pré-candidatura de uma candidata do segmento LGBT. Cristiana Oliveira da Silva Araújo, conhecida como Cris de Madri, é travesti e pretende disputar uma cadeira de deputada estadual nas próximas eleições. Presidente do Conselho Estadual de Alagoas sobre Direitos Humanos e LGBT, a tucana acredita que sua candidatura encoraja outras mulheres do segmento a também disputarem um cargo eletivo.
“Quando decidi me candidatar, enfrentei muitas barreiras. Os próprios amigos tentaram me convencer a não concorrer. Se eu não ganhar pelo menos eu tentei. Eu estou na luta e pretendo ganhar para mudar a realidade que o público LGBT vive hoje. Vivemos à margem da lei”, protestou.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu em maio que os partidos devem repassar 30% dos recursos do Fundo Eleitoral para candidaturas de mulheres. A Corte também entendeu que o montante deve ser observado na distribuição do tempo de propaganda de rádio e televisão. A medida também vale para candidatas LGBT que se declarem mulheres.
“Fico muito feliz de poder estar incluída nas cotas para mulheres e acho que não estamos vindo para competir com elas e sim para agregar. Estamos em uma era em que a transfobia e o preconceito não cabem mais em nenhum setor da sociedade”, disse.
Confiante, Cris de Madri relatou que não é a primeira vez que se candidata e que não pretende contar apenas com o público LGBT para se eleger. “Você sabe que se toda a diversidade abraçar uma candidatura LGBT elege, mas eu não pretendo contar só com votos do segmento. Eu já tenho 56 anos e a primeira vez que eu me candidatei foi no ano 2000, por outro partido, e tive 498 votos para vereadora”, relembrou.