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Mulheres com câncer de mama podem evitar a quimioterapia, aponta estudo

A quimioterapia poderá ser evitada pela maioria das mulheres com o tipo comum de câncer de mama após a cirurgia, dependendo de sua pontuação em um teste genético, anunciaram pesquisadores neste domingo (4).

Até agora, as mulheres enfrentam uma grande incerteza sobre acrescentar a quimioterapia à terapia hormonal após um diagnóstico de câncer de mama de receptores hormonais positivos e HER2 negativo, quando se encontram em uma etapa precoce, antes de se espalhar para os gânglios linfáticos.

Um teste de 21 genes chamado Oncotype Dx, existente desde 2004, ajudou a guiar algumas decisões pós-cirurgia. Uma pontuação alta, acima de 25, significa que a quimioterapia é recomendada, para evitar a reincidência, enquanto uma pontuação abaixo de 10 significa que a mesma não é necessária.

A coautora do estudo e oncologista Kathy Albain afirmou que “podemos evitar, com segurança, a quimioterapia em cerca de 70% das pacientes diagnosticadas com a forma mais comum de câncer de mama”.

O estudo envolveu mais de 10 mil mulheres. As pacientes, de 18 a 75 anos, foram selecionadas aleatoriamente para se submeterem a quimioterapia e terapia hormonal, ou apenas terapia hormonal. Os pesquisadores estudaram os resultados, incluindo se houve reincidência, e a sobrevivência das pacientes.

Em toda a população estudada com pontuação entre 11 e 25, “e, principalmente, entre mulheres de 50 a 75 anos, não houve diferença significativa entre os grupos com e sem quimioterapia”, segundo o estudo, publicado na “New England Journal of Medicine”.

Os resultados mostram que todas as mulheres com mais de 50 anos e pontuação de 0 a 25 podem evitar a quimioterapia e seus efeitos colaterais tóxicos.

Entre as mulheres com menos de 50 anos e pontuação de 0 a 15, a quimioterapia também poderia ser omitida. No entanto, entre as mais jovens com pontuação de 16 a 25, os resultados foram levemente superiores no grupo da quimioterapia.

O estudo “deverá ter um grande impacto entre os médicos e pacientes”, prevê Kathy. “Estamos reduzindo a terapia tóxica.”

O câncer de mama é o mais letal entre as mulheres em todo o mundo, com 1,7 milhão de novos casos e mais de meio milhão de mortes por ano.

*Com informações da revista Isto É