Notícias

Tucana alerta para risco de distorções em decisão do TSE que destina 30% do fundo eleitoral para candidatas

A presidente do PSDB-Mulher de Minas Gerais, Walewska Abrantes, afirmou nesta segunda-feira (28) que mesmo com a determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de reservar de 30% do fundo eleitoral para candidatas mulheres, ainda há riscos de sub-representação e de possíveis distorções da decisão. Na sua opinião, é preciso a união entre os segmentos femininos dentro e fora dos partidos para que a decisão seja aplicada de forma igualitária e justa.

Como a distribuição dos recursos caberá aos partidos e não foi discriminada no texto, a ala masculina dos partidos pode resistir em fazer o repasse da verba para as candidatas. Algumas legendas já cogitaram em questionar a decisão do TSE.

“Esse é um assunto suprapartidário. Isso não é luta de um partido, é a luta da mulher. É preciso ter argumentos sólidos e inteligência emocional para mostrar a verdade sobre a escassez de recursos e a desigualdade. Agora é hora de mostrar união e organização”, alertou a tucana.

“Precisamos reunir internamente nos partidos para encontrar soluções democráticas e justas, não esquecendo que a sociedade está atenta às decisões”, completou.

Há o temor de que, sem uma clareza sobre os critérios da destinação da cota de 30% para as candidaturas femininas, os recursos sejam destinados todos a um grupo pequeno de candidatas e não dividido entre todas. Para disciplinar a questão, Waleska Abrantes sugere reuniões para criar alternativas para as lacunas que já existem e as que ainda estão por vir.

“Os segmentos femininos devem se organizar e ouvir as representantes estaduais e formatar um documento com embasamento jurídico para resolver essas questões. É preciso ser estrategista nesse momento e se munir de informações para enfrentar essa batalha. Não vai ser fácil”, disse.

Entretanto, a tucana ressalta que não é necessária uma postura agressiva e defende a resolução pacífica dos conflitos. “Essa maturidade política da mulher está incomodando os homens. Não precisamos bater de frente com eles de maneira agressiva. Precisamos de reunir forças e mostrar como a sociedade que estamos dispostas a mudas a realidade da sub-representatividade”, concluiu.

Levantamento publicado pelo Estadão na semana passada revelou que partidos políticos serão obrigados a gastar até 1.811% a mais com candidaturas femininas neste ano, após decisão do TSE. Segundo a pesquisa, do total de recursos disponível, as legendas, em média, terão de repassar às mulheres 140% mais do que o fizeram há quatro anos.