Opinião

“É tempo de agradecer”, por Suely Ouro

Existem três expressões que, no contexto das relações humanas, são consideradas “mágicas” pela virtude de moverem o coração das pessoas: “com licença”, “por favor” e “OBRIGADO” (maiúsculas intencionais). Ao fluírem com graça e naturalidade, elas abrem portas fortemente trancadas, suavizando a alma com certa influência melíflua. Das três, “obrigado”, a meu ver, é a mais poderosa e sublime.

É verdade que jamais devemos fazer o bem na expectativa do reconhecimento alheio, como se estivéssemos à espera de um recibo. Contudo, é muito bom ouvir de alguém um obrigado vindo da alma. A gratidão beneficia tanto o que a expressa quanto aquele que é alvo dela. Por outro lado, nas regras sociais, geralmente, só agradecemos quando somos alvo de um favor, imerecido ou não. Alguém realiza um ato nobre para conosco, e dizemos: “Muito obrigado(a)! Te devo essa”. Considero pouco, pois, parece-me, ficamos restritos ao mero enunciado e ao reino das palavras.

A gratidão não pode se tornar moeda de troca; jamais devemos transformá-la em instrumento de manipulação para se alcançar objetivos egoístas. Por isso, o ser humano verdadeiramente agradecido vai além do rotineiro e do interesse calculado: faz parte dele um estilo de vida que promove autêntica felicidade, aumentando a fraternidade, o amor e a união. Nesse sentido, sempre que uma pessoa revela atitude sincera de agradecimento, ela está mostrando um espírito incomum e diferenciado, sendo envolvida por sentimentos elevados.

Como indivíduos, família e sociedade temos muito a agradecer uns aos outros e a Deus. De fato, necessitamos ser gratos até nas circunstâncias menos favoráveis e mais difíceis, demonstrando, assim, a realidade viva da máxima bíblica que nos recomenda: “Em tudo dai graças”. Não que agradeçamos pelo fato em si, bom ou ruim, mas que procuremos exercer confiança na Providência a conduzir sabiamente a história de nossa vida neste mundo, mantendo a expectativa em valores imperecíveis. Então, reconhecer que “toda boa dádiva e todo dom perfeito vem lá do alto, descendo do Pai das luzes” é ficar imbuído de gratidão. Ser grato, portanto, não é apenas uma atitude que se mantém na horizontalidade das relações, mas algo relacionado à espiritualidade humana, à verticalidade da existência.

Apropriadamente alguém reconheceu: “Sentir gratidão e não demonstrá-la é como embrulhar um presente e não o entregar. A gratidão desbloqueia a abundância da vida. Ela torna o que temos em suficiente, e mais. Ela torna a negação em aceitação, caos em ordem, confusão em claridade. Ela pode transformar uma refeição em um banquete, uma casa em um lar, um estranho em um amigo. A gratidão dá sentido ao nosso passado, traz paz para o hoje, e cria uma visão para o amanhã”.

É tempo de agradecer com palavras e ações. Por essa razão, digo a todos, universalmente e com todo o meu ser: “Muito obrigada!”

*Suely Ouro é pré-candidata a deputada federal, presidente do PSDB Mulher em Sergipe, empresária da moda, escritora, filha e mãe.