A vereadora de Vitória (ES) e segunda tesoureira do PSDB-Mulher Nacional, Neuza de Oliveira (PSDB-ES),a Neuzinha, afirmou que a decisão da Escócia de garantir metade dos postos diretivos de todas as instituições públicas para mulheres deve ser exemplo a ser seguido no Brasil. Porém, ela admitiu que o Brasil precisa superar deficiências e a própria resistência das mulheres em acreditar na força feminina no Poder.
A norma, aprovada pelo Parlamento escocês, prevê as novas regras já a partir de 2022 e vale para colégios, universidades e organismos públicos, incluídos os conselhos de saúde, as agências empresariais, polícias e os bombeiros.
“Eu acredito que o Brasil ainda está longe de alcançar essa realidade. O que me preocupa sobre as reservas de vagas é o nível de escolaridade das brasileiras. Não adianta chegar nos cargos e poder e não saber o que fazer lá”, observou a tucana.
Neuza de Oliveira destacou o atual momento em que o debate sobre igualdade de gênero está “a todo vapor”. Segundo ela, o período é propício para a conquista de espaços por meio da capacitação feminina.
“O primeiro passo e educar, ensinar e depois trabalhar a autoestima da mulher para ser uma boa representante. Não é fácil comandar e para isso é preciso uma preparação muito grande. Caso contrário, ela vai ser destituída por incompetência. Isso sim é vergonhoso”, disse ela.
Capacitação
Defensora da educação e da capacitação como forma de combater a desigualdade, Neuza de Oliveira contou da sua experiência ao se eleger vereadora da capital capixaba, depois de quatro mandatos.
“É preciso preparar as mulheres para a política e isso requer investimento. Quando eu me elegi vereadora, eu olhei para o lado, olhei para o outro e voltei para o banco de escola. Voltei para a faculdade. Fui estudar e fazer gestão pública porque eu precisava entender e ninguém ali ia parar para me ensinar”, afirmou a tucana.
Para Neuza de Oliveira, a solução para o aumento da participação feminina é dar poder para as mulheres por meio do conhecimento e do fortalecimento da auto-estima. “Nós temos que deixar de ter medo de nós mesmas e ter coragem para chegarmos onde quisermos. Isso só é possível se ajudarmos umas às outras”, disse.