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Tucana: É necessário combater a intolerância religiosa

Um levantamento feito pelo Ministério dos Direitos Humanos (MDH) revelou que, entre janeiro de 2015 e o primeiro semestre deste ano, o Brasil registrou uma denúncia de intolerância religiosa a cada 15 horas. Segundo a pesquisa, o Disque 100, canal que reúne denúncias, recebeu 1.486 relatos de discriminação religiosa no período que vão de xingamentos a medidas de órgãos públicos que violam a liberdade religiosa. São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais são os estados que lideram os casos no país.

A presidente do PSDB-Mulher de Santa Catarina, Anna Carolina Martins (PSDB-SC), observou os dados e afirmou que os cidadãos começaram a falar mais sobre intolerância religiosa depois do surgimento das redes sociais.

“As pessoas começaram a postar fotos, relatos e a falar mais abertamente sobre o tema. Infelizmente o Brasil caminha muito lentamente sobre esse assunto, o que é uma incoerência já que o nosso país historicamente foi formado por meio da diversidade de religiões”, disse a tucana.

De acordo com a Anna Carolina Martins, apesar de o Brasil ser classificado como um país católico, o número de praticantes de outras religiões cresce a cada ano.

“Nós percebermos uma intolerância maior com as religiões de matrizes africanas, mas é preciso entender que essas religiões sempre existiram no Brasil. Elas fazem parte da nossa história como pátria e devemos respeitá-las mesmo não as praticando” completou a tucana.

Dados

O relatório do MDH mostra ainda que só neste ano, foram registrados 169 casos: 35 em São Paulo, 33 no Rio de Janeiro e 14 em Minas Gerais. A análise de 2017 aponta que a maioria das vítimas de intolerância é de religiões de origem africana, com 39% das denúncias. Lideram o ranking umbanda (26 casos), candomblé (22) e as chamadas matrizes africanas (18). Depois, vêm a católica (17) e a evangélica (14).

Anna Carolina ressaltou que o combate à intransigência religiosa é urgente e que o Estado deve tomar providências para conter o fanatismo. “A nossa Constituição determina que cada um é livre para escolher a sua própria religião. Eu acredito que com o crescimento das denúncias é possível que o poder público se mobilize para criar leis específicas contra este tipo de violência”, afirmou.

A tucana atribuiu o alto número de denúncia à falta de respeito com o próximo e a ausência de ações educativas que visem combater o radicalismo e intolerância. “Eu lamento que esses casos de violência ainda aconteçam no Brasil. É por conta da falta de respeito ao próximo que acontecem as rebeliões, as guerras, os maus-tratos pelo mundo a fora. Nós temos que priorizar a cultura de paz porque a religião foi feita para unir pelo amor e não pela dor”, concluiu.

*Com informações do Estado de S. Paulo.