A cidade de São Paulo e a capital da Índia, Nova Deli, são apontadas como as piores megalópoles do mundo no que se refere à violência sexual contra mulheres, segundo pesquisa da Thomson Reuters Foundation.
As duas cidades dividiram o penúltimo lugar no estudo, quando especialistas indagaram a respeito dos riscos que as cidadãs correm de serem vítimas de estupro. A pesquisa foi realizada em 19 megacidades do mundo.
Pelo levantamento, em julho deste ano 2.287 estupros foram relatados na capital paulista (em todo o ano de 2016 foram 2.868). O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que apenas 10% dos estupros são relatados, o que dificulta o trabalho de apuração dos casos.
Mais punição
A vereadora de Paraguaçu Paulista (SP) Neide Aparecida de Lima (PSDB-SP) lamentou a equiparação entre as duas cidades e acredita que só com penas mais severas será possível combater este tipo de crime.
“Apesar da violência ser igual em ambos os países”, observou ela. “Temos uma legislação avançada, mas que ainda precisa muito evoluir. Precisamos nos unir contra a violência”, acrescentou Neide Lima.
A vereadora completou dizendo que a impunidade é o principal motivo para a frequência dos casos de violência sexual. “Uma punição bem rigorosa é o primeiro passo. Depois, é preciso um trabalho de mudança de cultura e de disseminação de informação para acabar com o comportamento machista da sociedade”, disse.
Neide Lima ressaltou também a falta de políticas públicas voltadas para combater este tipo de violência. “Os casos divulgados na mídia e as pesquisas sobre o assunto ajudam o poder público a mensurar o tamanho do problema e perceber que o assunto é uma prioridade. Temos que cobrar atitudes para o fim das agressões”, concluiu.
O levantamento solicitou a 380 especialistas de grandes centros urbanos que avaliassem o risco de violência sexual e de práticas cultural prejudiciais às mulheres, além do acesso das mulheres a assistência médica e oportunidades econômicas