Um caso de assédio sexual marcou a rota de ônibus na Avenida Paulista esta semana. Segundo testemunhas, uma jovem estava sentada no corredor do ônibus quando um homem tirou o pênis para fora da calça e ejaculou na direção dela. O suspeito tem cinco passagens pela polícia por denúncias de estupro.
O caso da Avenida Paulista foi levado para o 78° Distrito Policial, nos Jardins. Coincidentemente, no mesmo dia, vários órgãos municipais lançaram a campanha contra o assédio no transporte público com o tema “Juntos podemos parar o abuso sexual nos transportes”.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, em nota, que o assediador foi preso em flagrante por estupro e será encaminhado à Justiça para audiência de custódia.
Apesar de chocante, situações semelhantes são frequentes no cotidiano das mulheres em todo Brasil. Levantamento da Organização Não Governamental Think Olga revela que 99,6% das 7,7 mil entrevistadas durante pesquisa já foram assediadas em algum momento de suas vidas.
Horror
Vereadora de Taquarituba (SP), Leni Terezinha de Godoi (PSDB) disse ter ficado “horrorizada” ao saber do episódio. Segundo ela, a situação é gravíssima. “Está muito difícil de conviver com o desrespeito, nós, como mulheres, precisamos tomar providências para que esse tipo de situação não se repita. Nós não podemos ser ‘objetificadas’”, alertou.
Leni Terezinha ainda pontuou que falta visibilidade e respeito à figura feminina, inclusive dentro de lideranças políticas. “Hoje, os homens acham que só eles têm direito a voz. Precisamos trabalhar para mudar isso”, esclareceu.
A tucana ainda contou que, em seu estado, faz um trabalho voluntário em que ouve relatos de mulheres que já sofreram algum tipo de situação de assédio ou abuso.
“Viajo constantemente para regiões do interior de São Paulo e ouço histórias por toda parte. É preciso pensar em formas de mudar isso, com movimentos, atuações de lideranças e até mesmo líderes do partido”, ressaltou Leni Terezinha.
O assédio afeta a vida da mulher de forma intensa, segundo o Censo, 81% das vítimas mudaram seus hábitos por medo de sofrer novamente do mal, as mudanças vão desde uma simples troca de roupa até a escolha por outro trajeto nas ruas. O documento mostrou ainda que cerca de 98% delas sofreu assédio na rua e 64%, no transporte público.
* Com informações do G1 e da Istoe, clique aqui para verificar a fonte da pesquisa.