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IBGE: Mulheres podem ganhar até R$ 1 mil a menos do que homens

No Dia Internacional da Igualdade Feminina – 26 de agosto – uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as mulheres têm níveis de escolaridade mais altos do que os homens, fazem mais tarefas domésticas desde pequenas e são elas que comandam boa parte das famílias no Brasil. Porém, ainda são desvalorizadas no ambiente de trabalho e recebem, em média, salários inferiores aos dos homens.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2015, a mais recente e completa, o rendimento médio dos brasileiros era de R$ 1.808, mas a média masculina era mais alta (R$ 2.012), e a feminina, mais baixa (R$ 1.522).

Apesar de a diferença nacional entre os sexos já ser alta (R$ 490), a situação fica ainda mais desigual a depender da região ou estado do país. A maior diferença é encontrada no Distrito Federal. Os homens ganham, em média, R$ 3.965, contra R$ 2.968 das mulheres – uma diferença de R$ 997.

Escolaridade

De acordo com os dados, quanto mais altos os níveis de escolaridade dos trabalhadores, maior é a desigualdade entre os sexos. Independentemente do tempo de estudo, os homens sempre ganham mais, mas essa diferença começa pequena, de menos de R$ 1 por hora, para trabalhadores com até 4 anos de estudo, e cresce até atingir mais de R$ 13 por hora para pessoas com mais de 12 anos de estudo. Em cargos de gerência, por exemplo, os homens ganham, em média, R$ 5.222. Já as mulheres recebem R$ 3.575.

Além de ganhar menos, as mulheres ainda sofrem mais com o desemprego. A pesquisa mostra uma taxa de desocupação masculina de 7,7% e feminina de 11,6%. De fato, os homens trabalham mais no trabalho principal que as mulheres – uma média de quase seis horas a mais por semana.

São as mulheres que mais tempo com as tarefas domésticas: 10,5 horas além dos homens – em atividades, como lavando pratos, arrumando a casa, cuidando dos filhos, entre outros afazeres. A cultura de que cuidados com a família e a casa é uma “área feminina” começa desde cedo: a cada 10 meninas de 10 a 14 anos, 7 cuidam de tarefas domésticas. Já entre os meninos, são apenas 4.

Nível elevado

De 2000 e 2010, a frequência escolar feminina no ensino médio aumentou 9,8% em relação à masculina. A Pnad de 2015 também mostra ainda que o nível de escolaridade das mulheres é melhor, com 8,1 anos de estudo, contra 7,7 dos homens. Além disso, 15% das mulheres têm superior completo, contra 11,9% dos homens.

O IBGE considera como pessoa de referência quem é responsável pela unidade domiciliar (ou pela família) ou assim considerada pelos outros membros. Os homens ainda são maioria (59,5%), mas o percentual de mulheres chefes de família saltou de 30,6% para 40,5% em 10 anos.

*Com informações do Portal G1.