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Yeda alerta para possíveis fraudes nas eleições da Venezuela

A polêmica eleição da Assembleia Constituinte da Venezuela, convocada pelo presidente Nicolas Maduro, pode ter sido fraudada. A Smartmatic, empresa responsável pelo sistema eleitoral do país, disse nesta quarta (02) que o número de eleitores que participou da votação que elegeu os membros da Assembleia foi manipulado em pelo menos um milhão de votantes. O Conselho Nacional Eleitoral afirmou que oito milhões de venezuelanos foram às urnas, enquanto a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática fala que os números não ultrapassam 2,5 milhões.

Deputada federal pelo PSDB do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius chama atenção para a gravidade desse processo, que usa a crise no país como argumento para uma nova Constituinte, mas que agrava o conflito político interno e enfraquece a democracia.

“Ele resolveu, para tentar aplacar a crise política interna, de fornecimento, de abastecimento e de liberdade, convocar uma Constituinte, pretensamente eleita pela população. Não houve um candidato da oposição. E os números chamam atenção para uma possível fraude. Se essa situação das pessoas nos preocupa, temos que ver que está em curso, na Venezuela, a quebra do paradigma democrático.”

De acordo com a imprensa venezuelana, a empresa que alegou a manipulação dos dados já participou de 14 eleições no país. Além disso, o processo – justificado por Maduro como solução para a grave crise política no país – elegeu o filho e a esposa do presidente para compor a Assembleia. Para Yeda, esses sinais retiram a credibilidade do pleito.

“Não havendo nenhum outro candidato de oposição, a Constituinte vai ter mão de ferro de Maduro para ditar as novas regras que o país vai viver. É uma quebra que o mundo inteiro está reconhecendo, fazendo com que vários países não aceitem um resultado deste como verdadeiro.”

O diretor-executivo da Smartmatic, Antonio Mugica, sugere que uma auditoria possa permitir conhecer a real taxa de participação. Presidente do Parlamento, de maioria opositora, Julio Borges disse que pedirá à procuradoria uma investigação sobre a denúncia.