Opinião

Só a educação liberta, por Solange Jurema

A Olimpíada Internacional da Matemática, cuja sigla em inglês é IMO, reúne, no Rio de Janeiro, 623 universitários de 112 países, mas o que incomoda é que apenas 65 são mulheres e somente sete são do Brasil. Por que? A resposta é simples: a educação não é prioridade no Brasil. São os professores que não recebem incentivos e, conseqüentemente, as crianças não se sentem estimuladas. É uma bola de neve!

Efeito dominó que mostra um resultado constrangedor para o Brasil: jamais o país conseguiu ter mais de sete brasileiras participando da Olimpíada Internacional da Matemática. Os professores mal remunerados, não se sentem incentivados a estimular os alunos, que não são bem introduzidos no ensino da matemática e do raciocínio lógico e assim, simplesmente estagnam.

Cada vez mais, essa carência se acentua no país, colocando o Brasil em péssimas posições e de forma pífia quando o assunto é educação: são sete mulheres numa Olimpíada Internacional de Matemática e ainda há 12,9 milhões de brasileiros analfabetos, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) – dos quais mais de 50% são mulheres.

Por isso não paro de repetir e não se enganem – nem me canso de dizer – que o começo de tudo é na educação infantil. Investir em educação infantil não é aumentar a despesa, como alguns ousam afirmar, é aplicar em incremento social e econômico. Só assim será possível ver uma luz no fim do túnel…

É preciso aplicar no talento das nossas crianças, de forma lúdica e agradável, assim elas vão aos poucos desenvolvendo prazer e gosto pelos estudos. Do contrário, além de o país andar para trás, provavelmente, vamos ficar cada vez mais sem perspectivas de melhoras e alternativas para o futuro.

A educação tem de ser prioridade! A única política que liberta um povo, uma sociedade, um grupo que seja é a educação. Só ela e por ela.

*Presidente nacional do PSDB Mulher e ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas Públicas para Mulheres no governo Fernando Henrique Cardoso.