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Falta de apoio ao Mercosul gera migração de empresários para o Paraguai

Em busca de mão de obra mais barata e de impostos menores, empresários brasileiros das mais distintas áreas migram no Paraguai. O alerta é da presidente de honra do PSDB Mulher, a deputada Yeda Crusius (PSDB-RS), que adverte sobre a falta de investimentos e apoio ao Mercosul – bloco econômico do Cone Sul que reúne Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Venezuela.

“Tenho recebido informações de empresários que estão deixando o Brasil e indo para o Paraguai, uma das razões é o pagamento de impostos menores”, afirmou a tucana, nas redes sociais.

Para Yeda Crusius, a frustração dos empresários com o Brasil começou com a política que alijou o Paraguai, na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, quando os paraguaios foram suspensos do Mercosul porque houve uma interpretação de golpe no cenário político do país vizinho.

Atualmente o Paraguai é um dos países que mais crescem na região. A Lei de Maquila, criada há mais de 15 anos, prevê isenção de impostos para empresas estrangeiras para importar maquinários e matéria-prima, desde que o produto final seja exportado. Há apenas um tributo único de 1% sobre a fatura de exportação quando a mercadoria deixa o Paraguai.

Aliado a isso há os baixos custos com a mão-de-obra, que podem baratear as despesas da produção. No Paraguai, as férias anuais remuneradas são de 12 dias para cinco anos trabalhados, 18 dias para até dez anos trabalhados, e 30 dias acima de dez anos trabalhados.

Incentivos

Nesta segunda-feira (3), segundo o Diário de Notícias de Portugal, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, afirmou que a União Europeia (UE) e o Mercosul podem chegar ainda em 2017 a um “acordo político” sobre a criação de uma zona de comércio livre. A medida incentivará o comércio e incrementará a economia.

“Há vontade da UE e do Mercosul de que o acordo se faça até ao fim do ano”, disse Margarida Marques à agência Lusa, num intervalo do seminário sobre o futuro acordo entre os dois blocos.

Os 28 países da UE e os quatro do Mercosul negociam há 18 anos (desde 1999) a livre circulação de bens e serviços, sem conseguir progressos, mas a intenção manifestada pela nova administração dos Estados Unidos de colocar barreiras ao comércio internacional para proteger o mercado interno do país parece ter facilitado a aproximação entre europeus e sul-americanos.