Mais um caso de feminicídio abalou a cidade Rio de Janeiro no último domingo (25). Thiago Medeiros, dentista de 33 anos, foi preso pela polícia carioca como suspeito de matar a ex-namorada, a farmacêutica Nathalie Salles, que estaria grávida dele e desaparecida desde a última quinta-feira (22). O corpo da vítima foi encontrado carbonizado em Vassouras, no centro-sul do estado. Thiago Medeiros foi detido em casa, no bairro de Botafogo.
Segundo a polícia, a motivação do crime teria sido a gravidez de Nathalie, pois Thiago já estava em um outro relacionamento e temia que a gestação da ex-namorada atrapalhasse sua vida conjugal. A Polícia Civil pediu neste domingo a detenção temporária de Medeiros, autorizada pela Justiça.
A coordenadora de relações internacionais do PSDB-Mulher, Sebastiana Azevedo, lamentou a banalidade do crime e alertou para a urgência em se tomar providências mais duras e evitar a impunidade nos casos de feminicídio.
“A situação do Rio é muito dramática no que se refere à violência contra a mulher. Para evitar este tipo de crime, a primeira coisa que deve ser feita é aprimorar a educação para mudar a cultura machista ainda muito enraizada no nosso país. No entanto, isso seria uma solução a longo prazo, o que demoraria muito. Precisamos de ações imediatas”, disse.
Para Sebastiana, uma das saídas seria tornar as penas mais duras. “É preciso evitar a impunidade. A pena deve ser mais pesada. Não podemos ter tantos atenuantes para estes criminosos”, alertou.
A coordenadora acrescentou ainda que, além de mecanismos mais duros para combater a morte de mulheres, é preciso pensar em ações elaboradas para um futuro mais distante. “Primar por uma sociedade mais justa deve ser a prioridade de qualquer governo. Ações educativas nas escolas e junto à sociedade para mudar a cultura machista é o principal passo para diminuir os índices de violência no Rio de Janeiro e no país”, concluiu.